A participação portuguesa nos Jogos Olímpicos, talvez inspirada pelo exemplo superior do "atleta" Sampaio, tem sido desastrosa. Se bem percebi, tirando um Paulinho em bicicleta, em todas as outras modalidades onde estão, os portugueses soçobram quase invariavelmente. As causas são múltiplas. Pouco tempo de preparação, excesso de confiança, amadorismo técnico ou puro azar, o certo é que estes nossos rapazes se limitam a reproduzir lá fora a nossa indelével miséria. Como é que se pode exigir um milagre a um homem de 27 anos, por exemplo, com família constituída, que é bancário e que se levanta às 6 da manhã para ir "treinar", que às 9 entra "ao serviço" e que às 6 da tarde, antes de ir para casa, ainda vai "treinar" mais um pouco ? O "mercado" fica mais satisfeito e a "economia" nacional prospera com isto ? Entre nós, em quase tudo, os sonhos continuam a morrer às mãos de outros sonhos, como escreveu Eugénio de Andrade. Só nas cabeças ocas de "políticos", "comentadores" e "empresários" de "trazer por casa" é que se alimentam "sucessos" virtuais e se antecipam venturas que nunca chegam. O resto sobrevive na frustração e na impotência, sempre à espera da próxima rodada.
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