Certamente para provar que é o "elemento masculino" da coligação, segundo o arquitecto Saraiva, Paulo Portas, qual general empertigado no seu fatinho às riscas, mandou atestar baterias contra o "barco do aborto". Inventou que a presença da referida embarcação em águas nacionais equivalia a epidemia, um verdadeiro atentado à "saúde pública". Não autorizou que o barco frequentasse nenhum porto da nossa imaculada costa. E, pelo sim, pelo não, pôs a marinha em alerta, talvez mesmo algum submarino, a sua arma preferida. Chegou inclusivé a pensar no rastreio sanitário das pobres candidatas a uma visita ao barco. Esta vigorosa manifestação de eugenia "macha" acabou por surpreender os próprios partidos da coligação, apesar do "master's voice" Pires de Lima ter vindo de imediato aplaudir tão nobre atitude. Portas apareceu por interposto secretário de Estado do Mar, um titubeante neófito popular que proferiu umas vulgaridades jurídicas adequadas à situação e à sua cabeça. Através deste exercício palonço, o governo apenas conseguiu chamar a atenção para uma coisa que podia perfeitamente ter passado quase despercebida, transformando um episódio meramente colorido num patético casus belli.
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