Na mesma Visão onde Santana Lopes explicava as agruras de ter que governar 24 horas por dia ou os prazeres de um recanto bucólico nos jardins de S. Bento, "o preferido de Salazar", João Soares pedia que o comparassem a Santana através da sua "obra" em Lisboa. Ainda ninguém explicou ao Dr. Soares que esta obsessão pelo "Dr. Lopes" não o vai levar a lado nenhum. Por duas modestissimas razões. A primeira e desde logo a mais óbvia, consiste na própria natureza do cargo a que João Soares concorre. A circunstância de ter sido um razoável ou mesmo bom presidente de câmara não faz automaticamente dele um notável secretário-geral socialista e, muito menos, um bom primeiro-ministro. A segunda tem a ver com ele mesmo, João Soares. E aí ele tem alguma razão quande se compara a Santana Lopes, embora perca com o exercício. Ambos são voluntaristas, inconstantes, um pouco arrivistas e dados à bravata popularucha. Acontece que as pessoas preferem sempre o original a uma cópia requentada. E quando o original já lá está, então preferem-no a dobrar. Por tudo isto, é remota a possibilidade de os militantes, e muito menos a pátria, se entregarem nas mãos de João Soares, o último dos santanistas.
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