DESÍGNIO FATAL
O Dr. Sampaio e a D. Maria José, passados uns breves dias de nojo, voltaram à estrada, enquanto o país arde serenamente. Com alguns bombeiros perfilados atrás de si, em vez de estarem onde deviam estar, Sampaio, não sei bem onde, perorou acerca da "descentralização". Findo o "desígnio" comum ao casal presidencial - a eurobola -, Sampaio lembrou-se de nomear um novo, a descentralização. Proferiu umas banalidades sobre o tema, arredondou a conversa e evitou, afinal, explicar o absurdo da deslocalização de meia dúzia de secretários de Estado. Como sempre, disse ele, está "atento". Os noticiários tomaram imediatamente isto por "fiscalização ao governo". Imagine-se que Sampaio acha que "os governos devem governar" e as "oposições" devem "preparar-se". No fundo, e nós não sabíamos, Sampaio queria simplesmente obrigar o PS a umas massagens forçadas, pelo que deve considerar que tomou a melhor decisão da vida dele ao abraçar, na boca, e sem pestanejar, o fogoso Dr. Lopes. É justamente para ter Sampaio por aí debitando levezas, sem o maçar demasiado, que o referido Lopes, a cada segundo, finge que lhe afaga o ego. Verdadeiramente Sampaio "manda" governar um governo que ele julga que é inteiramente "seu". Fará seguramente disto mais um "desígnio". Só espero que não seja, nem para ele, nem sobretudo para nós, um desígnio fatal.
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