20.7.04

CARLOS KLEIBER (1930-2004) 
   
 

A primeira vez que ouvi falar em Carlos Kleiber foi na casa de José Ribeiro da Fonte, há muitos, muitos anos. Discreto, inimigo da vulgaridade, Kleiber não gravou profusamente.  Preferia o risco  da performance ao artificialismo dos estúdios onde sempre se revelou um apurado músico. E o que gravou, é muito, muito bom. Nesse longínquo serão em Campo de Ourique, ouvimos, entre outras coisas, uma histórica gravação (live) dos anos 70 do Otello de Verdi, em vinil, efectuada no Teatro Alla Scala de Milão. Kleiber dirigia um trio de luxo: Domingo, Capuccilli e Mirella Freni. Conheço e possuo várias gravações do Otello, mas ainda hoje considero insuperáveis as vozes de Domingo e de Freni no dueto que encerra o I Acto. Encontrei, muito depois, em Roma, essa versão gravada já em CD.  No catálogo da Deutsche Grammophon  há algum Kleiber operático e sinfónico altamente recomendável.  Melhor do que eu, eventualmente o Crítico musical falará disto. Eu limito-me a registar o desaparecimento, também bem ele envolto na discrição que o acompanhou toda a vida, de um dos maiores chefes de orquestra e músicos do século XX.  

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