1.1.09

INCOMINCIATE



("Prólogo" de I Pagliacci - Os Palhaços - de Ruggero Leoncavallo. Canta Sherrill Milnes. Met. 1978)

Si può?... Si può?...
Signore! Signori!... Scusatemi
se da sol me presento.
Io sono il Prologo:

Poiché in iscena ancor
le antiche maschere mette l'autore,
in parte ei vuol riprendere
le vecchie usanze, e a voi
di nuovo inviami.

Ma non per dirvi come pria:
«Le lacrime che noi versiam son false!
Degli spasimi e de' nostri martir
non allarmatevi!» No! No:
L'autore ha cercato
invece pingervi
uno squarcio di vita.
Egli ha per massima sol
che l'artista è un uom
e che per gli uomini
scrivere ei deve.
Ed al vero ispiravasi.

Un nido di memorie
in fondo a l'anima
cantava un giorno,
ed ei con vere lacrime scrisse,
e i singhiozzi
il tempo gli battevano!

Dunque, vedrete amar
sì come s'amano gli esseri umani;
vedrete de l'odio i tristi frutti.
Del dolor gli spasimi,
urli di rabbia, udrete,
e risa ciniche!

E voi, piuttosto
che le nostre povere gabbane d'istrioni,
le nostr'anime considerate,
poiché siam uomini
di carne e d'ossa,
e che di quest'orfano mondo
al pari di voi spiriamo l'aere!

Il concetto vi dissi...
Or ascoltate com'egli è svolto.
Andiam. Incominciate!

3 comentários:

Anónimo disse...

Vamos começar o novo ano com as máscaras antigas afiveladas ao rosto. Ou com algumas máscaras actualizadas em função das circunstâncias.

Aliás, a situação nacional e internacional exigirá certamente que algumas das máscaras tradicionais sofram um "revamping" para melhor se adequarem à conjuntura.

Nada melhor do que evocar "Pagliacci" para nos apercebermos, não só pela música de Leoncavallo, mas pelo libretto igualmente da autoria do compositor, da mascarada, também na ópera de consequências trágicas, em que vive a chamada comunidade internacional.

O ano que agora se inicia nada de bom promete, mas como a esperança é a última a morrer, segundo o ditado popular, ficam os meus melhores votos para o autor do blogue e para "tutti quanti" que, com conhecimento e inteligência, comentam os seus textos.

Anónimo disse...

Sempre que ouço o "Prólogo" lembro-me da história, parece que autêntica, passada num teatro de provincia italiano (tomáramos nós) em que um cantor precedido de péssima reputação aparece a iniciar a ária com o "Si può,si può" ao que o público em brado unânime respondeu "No,no,no". Não sei se o pobre fugiu ou engoliu o sapo e prosseguiu. Coisas das óperas,prolíficas nestas historietas. Tinha-me prometido não participar mais neste blogue,em que já tive a distinção de ser insultado pelo autor,que não gosta que esclereçam e analisem os precursores e as eventuais consequências das suas actuais aparentes opções politicas.Mas atendendo à quadra,e sobretudo ao pretexto do "Prólogo",não resisti. Assim,este texto não é comentário,mas simples mensagem. Bom ano,apesar de tudo.

Anónimo disse...

para o pm "si può fare tuto". para ele , governo, ps e esquerda mais ou menos festiva os palhaços são os contribuintes: "ride paglaccio".
a opera buffa continua.
tocou a saque

radical livre