Só num país de "matiz" latino-americana como o nosso é que o sr. Rendeiro, do BPP, ainda bota faladura como convidado de honra de um almoço do American Club. E discorre como se fossemos todos débeis mentais. Um ícone, sem dúvida.
Clip: João César Monteiro depois da estreia do filme Branca de Neve. Ao menos o cineasta era intelectualmente honesto.
Clip: João César Monteiro depois da estreia do filme Branca de Neve. Ao menos o cineasta era intelectualmente honesto.
16 comentários:
Honesto, autêntico e deu-me a conhecer no filme um dos que é hoje um dos meus escritores preferidos, Robert Walser, que através da utilização da ironia mostrava a extrema aversão que tinha ao «poder». João, um abraço desde La Coruña.
Parece que com este não faziam farinha.
Não havia cerimónias,só representava nas películas.
Fora disso era autêntico.
Melhor que isto nem no cinema...
neste locus horridus "o bicho recua para marrar"
radical livre
Segundo julgo ter percebido, o Sr. Rendeiro já está a palmilhar o novo caminho de reabilitação de banqueiros desafortunados que é a revelação ao mundo de insuspeitados interesses e/ou talentos artísticos. Parece que até já publicou um livro, senão de poesia, pelo menos de ficção. A personalidade do Sr. Rendeiro continua, portanto, em alta, e um convite para falar sobre bancos ou sobre o que quer que seja compreende-se perfeitamente.
João Rendeiro é um homem grande como poucos, que sabe fazer render tudo em que toca. Abençoados sejam os seus dons e o seu incomensurável saber. Amén.
Doim.
Uma imensa saudade deste "desalinhado". O Actual panorama está cheio de medrosos.
O percurso do Dr. Rendeiro nos últimos 20 anos foi o mesmo de muitos dos "notáveis" deste pais, sejam "empresários" ou políticos, que com origens indiferenciadas, viram as suas condições sociais e económicas a subir em flecha, não se conhece muito bem porque razão. Com este novo estatuto de "social climbers" e de "dinheiro fresco", pessoas como o Dr. Rendeiro passaram a ser personalidades respeitáveis da nossa sociedade, convidados regulares dos fora mais conceituados e oradores escutados atentamente, coleccionadores dos mais requintados gostos e, sobretudo, distintos filantropos. No Portugal recente, ninguém se importa em escrutinar se as imagens que nos apresentam são reais ou fabricadas cuidadosamente por artesãos especialistas na ilusão. Ao contrário de muitos outros, a ironia suprema para o Dr. Rendeiro é que na precisa semana em que apresentou o registo do "his Way" num livro, o destino acabou por mostrar descaradamente que as "contas" eram tão autênticas como um Rolex comprado numa qualquer china town.
O problema é que a mossa matriz cultural e moral tolera e venera sabujamente os "Drs. Rendeiros" da vida. Proteger trampolineiros e ilusionistas tornou-se prática corrente no Portugal moderno. Tal como no passado com o Caldeira, o Dr. Rendeiro ainda tem muitos amigos na praça que, magnanimamente, lhe perdoarão os actos e farão o impossível para reabilitarem a imagem e fazerem renascer um novo homem.
PS: A propósito, ninguém questiona como é que o nosso "vecino elegante" sustenta a vida que faz, se nunca fez outra coisa que dedicar-se à política?
Não era”medrosos” é merdosos. As coisas são como são.
O César é que os topava bem!
Num mundo de espertalhões, onde o nosso país é um bom exemplo, o conhecimento da experiência de um qualquer Dr. Rendeiro pode ser uma excelente lição de como subir na vida sem esforço, nem responsabilidade. Daí o interesse em conhecer as suas sagas que se multiplicam na razão directa do nosso descalabro.
A razão de tal estado de coisas está nos bípedes que inutilmente gastam os fundilhos nos assentos do Parlamento.
Quando é que essa cambada de políticos cretinos faz leis que afastem de uma vez por todas do panorama político, da gestão de empresas públicas ou privadas, da direcção de institutos do Estado, todos aqueles meninos que forem condenados por actuação desonesta no exercício dos seus cargos?
Por que é que essa corja política não faz leis que impeçam os condenados por falcatruas, por roubalheiras, por vigarices, por mais ínfimas que sejam e tenham a natureza que tiverem, de voltarem a exercer qualquer cargo político ou de gestão, de direcção na função pública central ou local e nas empresas e institutos do Estado?
Por que é que o povo, que passa mal, tem de ser obrigado a sustentar todos os salafrários que o sugam até à exaustão para poderem levar uma vida regalada, sem terem de responder pelos actos nefandos que praticam?
Por que é que tais marmanjos políticos não estabelecem um limite superior de remuneração, que não poderá nunca ser ultrapassado, tanto na administração central como na local e no sector privado?
Por que é que não se estabelece, para se evitarem fugas e arranjos de vida, que as despesas de representação, e todos os subsídios já existentes bem como os que a imaginação humana possa vir a criar, constituem remuneração para o estabelecimento do seu limite superior? De que é que têm medo? Que os pseudo gestores emigrem? Deixem-nos emigrar. Nos anos 60 não emigraram muitos trabalhadores rurais, muitos trabalhadores da construção civil, muitos serralheiros, muitos carpinteiros?
Se os nossos gestores são tão bons, o país beneficiaria imenso quando começassem a chegar as suas remessas.
Os seus lugares seriam preenchidos pelos jovens que saem das universidades.
Mas esses não têm experiência, gritará o paspalho político que está no Ministério das Finanças.
E que têm feito os que têm experiência e a quem, no dizer do tal paspalho político, se deve pagar bem para haver boa gestão? Merda, somente merda, como está bem patente nos casos do BCP, BPN, BPP e BP.
Anastacio, permita que lhe sussurre aqui o que por outras bandas já se grita - "Porto Livre" (mas dito à "moda dos bifes"...)
«o sr. Rendeiro, do BPP»
Não me tinha apercebido desta intervenção pública. A palavra "vergonha", devia ter sido abolida no último acordo ortográfico luso brasileiro.
Um outro artista deste timbre, reformado da banca por uma junta médica, com a maior pensão do regime, tem andado numa roda vida de intervenções públicas. Já dei por ele na SEDES e num 10JUn (de militares - Gulbenkian) a palestrar.
Assim requisitados, como não hão-de concluir que estiveram certos e correctos?
Já só falta serem condecorados num futuro 10 de Junho. Pelo PR.
JB
Adenda:
O comment anterior, recorda-me um dos 'perigos' que se adivinhavam com o governo PSL - tornar Portugal um país latino-americano.
JB
Sempre pensei (creio que não serei o único) que João César Monteiro tivesse dito: "Quero que o público se foda", como se noticiou. Afinal era só a má-língua. Não é a mesma coisa.
Há uns bons anos,Pinheiro de Azevedo exclamou para os portugueses "Vão à merda!".
Este mandou foder os portugueses.
Ambos morreram já.
Mas não é espantoso que o Governo tenha materializado os desejos de ambos?!
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