29.12.08

A LEALDADE


Além de lorpa, a Assembleia da República está povoada por juristas que devem tirado o curso em fascículos da Farinha Amparo. E apenas acolhe uma imensa massa bovino-obediente que responde a impulsos que lhe chegam por telemóvel ou através de ordens perpetradas na secção do partido. Entristece-me, pois, ver pessoas minimamente qualificadas como António Filipe ou Paulo Rangel a fazerem a figura que têm vindo a fazer a propósito de uma lei ordinária inconstitucional. De Canas, do PS, nem vale a pena falar. Não se comenta a miserável "voz do dono". Dito isto, talvez Cavaco tenha finalmente percebido o tipo de gente com quem tem de conviver institucionalmente. Deu sinais disso. Do Bloco ao PP, passando pela pusilanimidade do seu antigo partido, todos se comportaram vergonhosamente na questão dos Açores. "Absurdos" é pouco. Daqui para diante Cavaco deve-lhes o mesmo respeito que eles manifestaram pelo Chefe de Estado. Ou seja, nenhum. A lealdade aprende-se com os cães e jamais com os homens, sobretudo com homens "feitos" nos vãos de escada dos partidos. Esses, como disse um dia Mitterrand de parecidos doutra profissão, são mais de atirar a honra aos cães como quem lhes atira um osso. Cavaco não precisa dissolver a inutilidade conhecida por "casa da democracia" por causa disto. Seria manifesto disparate. Não. Basta-lhe assistir à lenta dissolução deste simulacro de democracia entregue a uma mão cheia de idiotas úteis. A lealdade, a verdadeira, é fantasticamente cruel. E como outra coisa, deve servir-se gelada.

11 comentários:

Anónimo disse...

andei a ler comentários esparsos para não perder tempo e ter uma pequena ideia do que se passa.
os bufos do ps ou estão de férias ou foram receber ordens.
aqueles juristas do ps não servem nem para defender contribuintes em pequenos delitos.
irá o pm dizer "não podia estar mais de acordo".
vamos ver o orçamento da pocilga e ouvir o 1º de janeiro, dis da circum-cisão. detesto ouvir falar em de-pila-r.
recordo a carta de Eça a Ramalho «o país neste estado e eu com diarreia há 8 dias»

radical livre

Planetas - Bruno disse...

Inexplicável que o PSD tenha votado a favor do diploma 2 vezes, 1 abstenção recheada de criticas.
Inexplicável que o Presidente não remetido a questão para o TC antes.
Inaceitável seria que Cavaco agora desencadeie uma espécie de Vendeta Presidencial contra o Governo!

caozito disse...

Pouca importância tem a qualidade dos deputados que representam um povo que vive em qualquer regime.

O "melhor" serviço que prestam à Nação (povo) é quando estão ausentes do parlamento e, ainda bem, que é "muito" habitual.

O próximo "passo", do democrático (?!!!) governo em exercício, é "cozinhar" uma lei para o primeiro ministro "correr" com o presidente da República, com um magalhães na bagagem e o tratado de Lisboa debaixo do braço, como prémio de consolação.

Anónimo disse...

Vejamos, nesta foto ninguém sai bem:

1º - A meu ver, antes de se criticar politicamente deve-se, primeiro, ter a garantia de termos algo tecnicamente válido.

Cavaco, devia pois ter primeiro verificado a consticionalidade do documento, para, só depois, dizer se o concordava politicamente o seu conteúdo.

Não o fez, armando-se em prima-dona, professor primário, ou o que queiram, "puxando as orelhas" a um órgão de soberania, a AR, de legitimidade semelhante ao órgão que ocupa (PR), que legitimamente o mandou bugiar.

Não se queixe pois das consequências...

2º - Agiu mal a AR, visto que, com tanto jurista, não percebeu ainda que 1º está a Contituição, depois a vontade dos eleitores, que primeiramente aceitaram a Constituição, e só muito depois os directórios partidários, que teem uma tendência nata em se armarrem em S'zinhos, teimando em gerir os deputados com o regime do "pau e da cenoura" em que S era um artista.

3º - Enfim, por muito criticável, duvidoso e "faxável" que seja o título de Eng de Sócrates, tanta incompetência na análise legal/constitucional dum diploma só demonstra a qualidade dos exames da diversas faculdades de direito deste Pais;

4º - De positivo foi só o facto da AR ser considerada como um todo, sem distrinça de posições particulares, pois como órgão colectivo o que interessa é a posição final que tomou.

Lura do Grilo disse...

Fica a triste ideia que todos os nossos excelsos deputados, liderados por excelsos lideres parlamentares não percebem nada do que fazem. Não tem bússola, não sabem distinguir o Norte do Sul em dia de céu limpo e provavelmente estão mais vezes em Tribunal a defender um cliente que a preparar matérias parlamentares.
A Assembleia parece estar influenciada pelo romano especialista em intriga que, nos belos livros do Asterix, criava em pouco tempo desacatos numa qualquer comunidade minimamente coesa.

MRC disse...

Cavaco Silva também é culpado porque poderia e deveria ter enviado logo a lei para o Tribunal Constitucional. Agora, aguenta-se à bronca...

Anónimo disse...

Cavaco NÃO deve promulgar o Orçamento faz de conta do Sócretino, mais uma gigantesca fraude cujo unico objectivo é ganhar as eleições.Deve também passar a exercer a mais rigorosa vigilância sobre toda a actividade legislativa do Governo usando a plenitude dos seus poderes constitucionais.Finalmente deve dar voz a todas as vitimas da opressão socialista passando a defender intransigentemente o exercicio das Liberdades Públicas.Os Portugueses estarão com ele se passar a proceder assim.

Anónimo disse...

Em resumo e lamentavelmente:
O passo seguinte deve ser, imagino eu, dar a independência aos Açores e à Madeira.
Estamos entregues aos bichos!

Unknown disse...

Caro João Gonçalves,
Trazer à superfície as espécies que habitam o “palheiro” é uma perda de tempo. Aquela gente infecta é um espelho fiel do estado a que isto chegou e não há uma alma que o ignore. E não se surpreenda com a figura do PSD, pois o seu líder parlamentar está é preocupado com a sua sobrevivência. Isto nos intervalos em que não se admira ao espelho. Saudinha que é o que é preciso!

Anónimo disse...

Imaginemos senhores como aquele conde D'Abrahos tåo dado a ternuras e afectos (mais que à aridez das contabilidades) relembrará um dia, saudoso, este Natal; como nos descreverá daqui a uns anos que a mais bela prenda de natal que um dia recebeu...foi uma granada de fumo!

Este equilibrio institucional (cheques e balancetes) ainda mata alguem de riso...

Anónimo disse...

Não a Ar não agiu mal. Está plasmado na Constituição que o PR, para dissolver os parlamentos regionais tem de ouvi-los assim como aos Presidentes dasw Regiões autónomas. A não ser que me venham agora dizer que a Constituição é...inconstitucional!