21.2.08

RIBEIRO, O OUTRO E O MESMO

Augusto M. Seabra sobre Pinto Ribeiro, a grande "esperança" da esquerda na cultura. «José António Pinto Ribeiro tem a seu desfavor dois óbices de monta. O primeiro, é a sua proximidade a Berardo, sendo que era inclusive o elemento do Conselho de Administração da Fundação por acordo de ambas as partes – e foi péssima entrada na matéria o próprio Berardo ter feito saber que tinha sido Pinto Ribeiro a telefonar-lhe a comunicar a sua nomeação e que ele era como “um médico que dá consultas à borla”. A segunda é a sua proximidade como advogado ou mesmo sócio a algumas figuras artísticas ou empresas culturais das que tem maior capacidade de discurso e pressão pública.» Até agora, a invisibilidade do ministro que "podia ser o que ele quisesse" aumenta a suspeita de que não foi este Ribeiro que Alexandre Melo "soprou" aos ouvidos do chefe do governo. Será que, afinal, havia mesmo o outro?

7 comentários:

Anónimo disse...

A ser verdade o equívoco dos nomes, lamenta-se o facto do mesmo ter acontecido. Mas não deixa de ser igualmente inqualificável, se tal aconteceu, pois demonstra o desprezo que este governo tem pela cultura. É caso para dizer, podia ter sido este ou seu homónimo, ou o seu vizinho. Tanto faz. A cultura vale o que vale e, neste caso, vale zero.

Anónimo disse...

A Cultura, para os governos, vale zero, porque, a maior parte dos que constituem esses governos, não tem cultura nenhuma...nem escrever correctamente sabem.....
Portanto, se a instrução é deficiente, como é que podem percbeber a Cultura????

Anónimo disse...

Se isto é normal vão ao Júlio de Matos e libertem-nos todos!
Em que mundos paralelos se ocultarão aquelas hostes de lacaios que botavam faladura nas TV's e borravam os jornais com tinta?
Viam trapalhadas todo o santo dia.Escrutinavam até as festas onde Santana Lopes ia e não ia.As senhoras com quem saía,etc,etc,etc...
A vida côr-de-rosa deste Messias salvador pátrio é assim tão falha de interesse? hehehehe.

Anónimo disse...

ACTUALIZAÇÃO AO POST DE JG:

Para além de (segundo ouvi dizer aos circunstantes), ter passado o fim de semana em Madrid, desde logo por causa da Arco, e de ter aproveitado para estar em contacto com outros auditores culturais, o ministro da Cultura esteve hoje de manhã em Coimbra (dia 22), na sede do Centro de Estudos e Formação Autárquica (CEFA) onde se assinalava o lançamento de um programa de formação avançada na área dos "espaços públicos de cultura nas autarquias locais", promovido, em parceria público-privada, pelo CEFA e a Fundação de Serralves.
(para os incrédulos, ver mais em www.cefa.pt ou www.serralves.pt)

Foi uma belíssima sessão (rara, mesmo, diria...)onde gente realmente culta falou ...do valor da cultura.
Contrariamente, hèlas, ao que as figuras de Estado nos últimos anos nos habituaram, o encontro lembrava mesmo os tempos idos em que Governo e alta administração, ou em resumo, a coisa pública, eram sinónimos de elite.
(Sim, sim, ELITE, a palavra proibida!).

Depois de oradores de peso (e não de circunstância) como Campos e Cunha, Gomes de Pinho (Serralves), JP Barbosa de Melo (CEFA) e até o circunspecto secretário de estado adjunto e da adm. local, Eduardo Cabrita, coube a Pinto Ribeiro o difícil papel de suceder às alocuções anteriores, encerrando a sessão.
Estavam todos expectantes e, note-se, o público não era fácil.
Mas o Prof. Marcelo dar-lhe-ia 18 valores.
Foi um discurso de autor.
Enfoque desenvolvido na necessidade de coordenação estratégica poder local/poder central (algo tão desprezado pela ministra anterior). Naturalidade, nada de exibições bacocas, zero de tom burocrático, muita substância e algumas "tecnicalities", como convém.
...
-Vê? O MC afinal não é invisível, é até uma agradável surpresa para os ouvidos (e até para os olhos...eheheh)


Nota final para Campos e Cunha:
- notável. Intimista, prático, ágil e realmente com pensamento cultural muito rico (100% espontâneo).
Deu para perceber que fizeram bem em o convidar para Serralves! E porque mandou às urtigas outras instâncias...
Com ele foi um momento magnético, verdade que sim.

Maria

Anónimo disse...

Era mesmo o outro, posso garantir.
E mais não digo, ok?

Anónimo disse...

Um mail que circula na net:

"José Sócrates tem, como devem saber, um assessor cultural. Trata-se de um típico intelectual luso, minimalista, de negro sempre vestido, triste e crítico de todas as artes, em tempos assessor de... Manuel Maria Carrilho.Chama-se Alexandre Melo e é grande amigo de outro célebre crítico de arte, também de negro sempre vestido, cujo nome é ANTÓNIO PINTO RIBEIRO, antigo funcionário da Culturgest e hoje em dia da Gulbenkian.Sócrates telefonou ao seu assessor a quem pediu que lhe indicasse o nome de alguém para substituir Isabel Pires de Lima no Ministério da Cultura e o seu assessor, sem hesitar, indicou António Pinto Ribeiro. Logo a seguir, telefonou o Melo ao amigo Pinto Ribeiro a quem preveniu que logo lhe telefonaria o Sócrates a convidá-lo para Ministro da Cultura.Exultaram os dois, e o indigitado futuro ministro ficou de olho e ouvido no telefone à espera de um telefonema que não havia maneira de chegar.Entretanto, Sócrates, no seu gabinete, solicita que o ponham em contacto com o Dr. Pinto Ribeiro.A telefonista procede com prontidão visto ter à mão uma lista de todos os funcionários superiores de todos os ministérios, um dos quais é o Dr. JOSÉ ANTÓNIO PINTO RIBEIRO, advogado de formação e profissão mas exercendo as funções de Presidente da Colecção Berardo no CCB, lugar para onde fora nomeado por ter sido o advogado intermediário entre o Joe Berardo e o Primeiro-Ministro por alturas da escandalosa história da transferência da chamada Colecção Berardo para o Centro Cultural de Belém!Sócrates cumprimenta-o calorosamente e convida-o para Ministro da Cultura, julgando estar a falar com o outro Pinto Ribeiro, o "agente cultural" que lhe havia sido calorosamente
recomendado pelo seu diligente assessor cultural.Muito à portuguesa o interlocutor a quem por equívoco o Sócrates estava a convidar para Ministro da Cultura respondeu imediatamente que aceitava SEM FAZER QUALQUER PERGUNTA a Sua Excelência.Sócrates desliga o telefone e informa o assessor do facto de ter o Pinto Ribeiro aceite o convite. O assessor dá-lhe parte do seu regozijo e telefona logo a seguir ao amigo para o felicitar e só nesta altura se apercebem ambos de como de enganos é feita a vida política em Portugal."

VANGUARDISTA disse...

Ainda bem que o apelido Berardo (deve vir de Bernardo) não é muito usual e não há nenhum agente cultural com esse apelido, senão estávamos a esta hora a ouvir discursos de "alta cultura" tipo "...fake you ... fake you...".