18.2.08

O MINISTRO

O ministro do ambiente, um sujeito cujo nome me escapa, determinou que a culpa das cheias desta noite é das autarquias. O ministro tem-se distinguido precisamente por nós não nos lembrarmos dele. Não valia, pois, a pena vir, logo hoje, lembrar-nos que existe. É que, segundo ele, o ordenamento do território estaria em perfeitas condições para suportar o dilúvio não fossem as malditas autarquias. Sucede que o país que produz ministros destes é o mesmo que, ao menor abalo, cai. E cai por culpa de ministros, de autarcas, das gentes. Debaixo do "plano tecnológico" não há nada.

10 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

As cenas desta madrugada levam os menos novos a recordar, inevitavelmente, as cheias de 1967.

Quem estiver nessas condições, e tiver saudades do Pedro Alvim, poderá ler [aqui] a crónica «Os mortos e os fósforos» que ele publicou no «Diário de Lisboa».
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Anónimo disse...

Para que serve um ministro do Ambiente:
Para fazer o jeito a um colega do PS, o socialista presidente da CM de Viana do Castelo.
Debitando em DR, ser do «interesse público», deitar a baixo um prédio de trinta anos e habitado por uma centena de famílias (300 residente)- prédio Coutinho.
Contra a opinião dos proprietários.
Com um atentado monumental à economia da autarquia.
Por uma questão «estética».
O que eles inventam, no intervalo dos tempos em que não fazem nada.
JB

Carlos Medina Ribeiro disse...

CONTA-SE que havia um pessimista que gostava de sentenciar:

�O Homem � t�o est�pido que s� aprende por cat�strofes!�.

N�o sei se chegou a referir-se aos "outros", aqueles que nem com cat�strofes aprendem.

Capitão Nemo disse...

Debaixo do "plano tecnológico" existe um imenso mar de estupidez...

FNV disse...

É verdade: é um ministro muitooooo fraco.

Anónimo disse...

O país vai caindo, também, muito por culpa dos autarcas. No caso, se a expansão urbana, vai impermeabilizando solos cujas escorrências têm que passar por colectores que não foram dimensionados para tanto caudal, a culpa é deles e não do Marquês de Pombal. Se não há limpezas de sarjetas, de ribeiras e se é permitida a construção nas linhas de água, a culpa continua a ser delas. Não se pode exigir cada vez mais autonomia e alijar responsabilidades quando os desastres acontecem por sua incúria.
Mas o problema é mais profundo: a pulverização do território em micro-autarquias prejudica, ou inviabiliza mesmo, um esforço sério de coordenação no planeamento destas infraestruturas, muitas vezes, supramunicipais. E, tal sistema, tal como está, além de mau é caro.
Desta correcção se devia encarregar o senhor Ministro, para que estas armadilhas fossem desactivadas.

Nuno Góis disse...

A maioria das autarquias não são flor que se cheire e têm muita culpa no que se passou, mas este ministro... Como é que é possível demarcar-se por completo? E ainda por cima depois dos cortes orçamentais a que as autarquias têm sido sujeitas. Realmente já ninguém tem vergonha na cara. É o salve-se quem puder enquanto houver boias...

Nuno Castelo-Branco disse...

Quando cair uma ponte, passa a haver. Acredita que só assim é que as coisas andam...

Carlos Medina Ribeiro disse...

Corrijo o que ontem aqui escrevi às 18h43m:

A crónica «Os mortos e os fósforos», de Pedro Alvim, não foi publicada no «DL» em 1967 mas sim n' «O Homem na Cidade».
O assunto dela é que é um telefonema para o «DL», a propósito das cheias de Novembro, que assolaram os arredores de Lisboa e em que morreram largas CENTENAS de pessoas.

Anónimo disse...

por muito menos seria demitido...no fundo a culpa se a há é da família do sr. ministro do ambiente...que o colocou no mundo...