27.7.04

SERÁ?
 
O novo cargo de Santana Lopes não lhe vai bem. O homem não está definitivamente à vontade naquele papel. Lê mal e sem convicção. Sempre que pode, sai do escrito - normalmente muito mau - para o improviso e para Sampaio que, nesta trágico-comédia, faz de "ponto". Liberto das coisas terrenas do "programa do governo", como puras maçadas burocráticas, Santana vira-se, assim que pode, para a pequena história onde é mestre. Usa o plural majestático para "picar" os adversários. Fala de si como vítima "elegante", alguém que nunca falou mal dos outros, alguém de quem os outros passam a vida a falar mal. No entanto, olha-se para ali, programa e personagens, e tem-se a sensação de que aquilo não cola. O assunto "IRS", a recorrência de serviço, distrai da vulgaridade geral da coisa. Porém, distrai mal e falsamente. A menos que, em vez de um governo, se trate de uma vasta e luxuosa comissão eleitoral. Se me surpreenderem, ainda bem para mim e para o país. Para já, o que se vê é uma encenação pouco mais que medíocre de uma velha técnica. Santana joga connosco e com os seus ajudantes "às casinhas". Eles fingem que acreditam. Nós fingimos que é a sério. Como dizia Salazar, "está tudo bem assim e não podia ser de outra maneira". Será?

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