8.8.09

PASSOS DE COMANDANTE


Ainda não estou em mim, parafraseando o João Pedro. Mesmo já sob o efeito da fluoxetina e do comprimido para a tensão arterial, fui forçado a esticar-me por uns instantes na cama a ler três capítulos seguidos da Highsmith, Small g, para recuperar o equilíbrio plasmático entretanto perdido. É que sussurraram-me em voz alta as "posições" do comandante Azevedo Soares e de Passos Coelho no hebdomadário bíblico, o Expresso. O comandante, certamente o país não ignora, foi um brilhante dirigente do PSD nos idos de Marques Mendes, alguém por quem Portugal, até aos confins da zona marítima exclusiva, suspira. Pois o comandante atirou-me à cara com uma frase prostradora:«Ferreira Leite não tem estatura para ser líder.» E Passos Coelho - este dispensa apresentações e comprimidos - jura que não vai fazer campanha, um pormenor que certamente contribuirá para a interrupção imediata das férias de milhares de portugueses. Enquanto os jornais e as televisões derem crédito a estas abencerragens criadas à sombra do regime e que apenas valem o voto delas, só vale mesmo a pena ler livros e tomar comprimidos.

3 comentários:

Gumersindo Pinela disse...

Vão percebo como é que o João Gonçalves ainda perde tempo com o meia-nau e o valet de chambre do Ângelo, essas figuras de pacotilha.

Anónimo disse...

O Gumersindo disse tudo. Eu só mudava o nome de "valet de chambre" para "sopeira".

PC

Mani Pulite disse...

Um dos grandes problemas do Marques Mendes quando dirigiu o PSD foi gostar muito de andar de cacilheiro.O cacilheiro de serviço era velho,mau,todo podre, com um marinheiro a comanda-lo perdido de bêbedo e sempre a querer atravessar o Tejo passando primeiro pelas areias de Alcochete.A companhia proprietária do chaveco era a Ângelo e Sócrates Lda. com sede em S.Bento e filiais em Gaia e Massamá.O CEO da empresa tinha tirado o curso de gestão aos 50 anos na Universidade da Farinha Amparo,passava os dias no bar Millenium e no Solário Angelus e liberalmente só sabia gastar sem trabalhar.A secretária da direcção chamava-se Paulo Gorjeta e segundo a Vox Populi era afilhado do Pinto de Maçada e do Correia de Negociatas.Naturalmente, o cacilheiro metia água por todos os buracos, chegar a Cacilhas era mais difícil que a passagem do Cabo das Tormentas e a empresa estava em situação difícil sem dinheiro para o "Pitrólio".O pedido de ajuda aos Sheiks do Emirato do Gasóleo não deu qualquer resultado.Assim,num dia de nevoeiro,ali para os lados de Alcochete,meteram o barco no fundo com Mendes e tudo lá dentro,que não sabia nadar, para aprender que as areias movediças de Alcochete são perigosas e não devia falar tanto sobre elas.Felizmente, tudo estava devidamente assegurado junto do Montepio dos Pobres Sinistrados-MPSSGPS que ,dada a elevada reputação dos proprietários,pagou de imediato a choruda indemnização sem questionar e refilar.