Como diz a editora, a silly season ajuda a ler certas coisas. Este livro de António Costa Santos, sobre alguns "interditos" do Estado Novo, tem piada e tem uma excelente mancha gráfica. Salvo a óbvia separação dos tempos, teria tido a sua graça se Costa Santos comparasse a subtileza dos "proibidos" de hoje com a evidência, por vezes pueril, dos de ontem. E tem razão quando explica que adoramos policiar-nos uns aos outros. O Doutor Salazar e o engenheiro Sócrates, entre outros, não caíram do céu. Limitaram-se, afinal, a explorar este "Portugal profundo", o dos "proibidos" domésticos. "Proibido", de António Costa Santos, destina-se simultaneamente a fazer-nos sorrir e a pensar. Muito do que ali se conta, desapareceu. Só não desapareceu - nem nunca desaparecerá por completo - o que dá causa ao título do livro. O "proibido" está dentro de nós como uma doença incurável.
4 comentários:
Por falar em interditos:
http://cafepuroarabica.blogspot.com/2007/07/its-all-good.html
Manifestantes anti-sócrates processados por determinação do governo civil de braga.
Lá porque você vê as imagens dos posts, não quer dizer que elas estejam disponíveis para todos os outros visitantes.
homessa. então quer dizer que qualquer um é bufo/controleiro/policia/ditador pelo simples facto de ser português. porra. é triste.
é fado.
(cheira-me que o livro poder ser excelente, mancha gráfica incluida, tirando as conclusões, que não sei de quem são: se suas se do autor)
exacto, mas que merda é esta?
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