É de lamentar que José Pacheco Pereira, António Lobo Xavier e, até, Jorge Coelho, se curvem respeitosamente perante o "Zé Miguel" Júdice. É evidente que JPP, malgré tout, e apesar da "amizade", foi politicamente até onde decidiu ir. Porém, e como diria o Doutor Salazar, não foi mais além. Os outros dois, fosse pela mesma "amizade" - mais corporativo-compreensiva de Xavier e mais de ocasião de Coelho, sobretudo solidário com esse arquitecto único chamado Manuel Salgado -, fosse pelo que fosse, torceram-se a comentar o óbvio. Por princípio de regime, não se bate nos "colegas" senadores, essa ridícula invenção que junta o improvável ao inverosímil. O "Zé Miguel" andou a zurzir no seu partido, depois saiu e a seguir prostrou-se imediatamente aos pés do "senhor primeiro-ministro", mas a "quadratura do círculo" tudo perdoa em nome da cumplicidade regimental. Pacheco Pereira lá foi pondo o dedo na ferida e confrontando Coelho com a sua partidarite aguda. Foi, no entanto, pequenino. Muito aprés vous, monsieur e pouca acutilância política, afinal, a única que interessava. O regime vive de salamaleques. É a septicemia democrática.
12 comentários:
é a qualidade da nossa democracia no seu explendor. somos tão "tenrinhos" nesta coisa...
admira (ou se calhar nem tanto) ouvir JPP falar a coisa pela metade. tão defensor que é da honestidade intelectual. ele que diga o que sabe ou pensa, mas na totalidade. já la vai o tempo de deputado...
quanto a J. Coelho nem vale a pena dizer nada, até parece que já se sabe o que ele vai dizer a seguir. sempre dá para rir um bocado com o senhor. socialista exemplar.
É... mesmo muita quadratura.
Dali foram todos para o ortopedista, de tanto torcerem os ossos.
Oleosos, todos muito oleosos, pois pudera ... o regime é a menina dos olhos. Ainda espero vê-los quando isto der o badagaio e as soluções de "emergência cívica" tocarem o alarme. Mas é já nestas eleições o meu palpite ...
O João Gonçalves não deve ter visto a mesma Quadratura que eu vi porque na que eu vi o José Pacheco Pereira condenou veemente e frontalmente o comportamento de José Miguel Júdice. E foi o único que o fez de forma frontal e inequívoca. Não sei que mais poderia ter dito.
De facto não convidou Júdice para um encontro no Chiado para lhe dar umas bengaladas mas também lhe digo que esse desafio que fez aqui no seu blogue cheira muito a graçola de salão.
Já com o insulto a que também frequentemente se dedica aqui, cai do salão para a sarjeta e portanto é igualmente falho de mérito.
Cheira tudo a despeito e a uma zanga generalizada com o mundo, talvez por não lhe reconhecer o mérito que acha que tem. Mas também não é assim que o vai conseguir.
Não percebo o João Gonçalves que em vez de atacar os que nada dizem ataca o que mais disse, quase o único, senão o único que no grandes orgãos de comunicação defrontou a questão Júdice. Esta mania de atacar o Pacheco Pereira por tudo e por nada é ridícula e acaba por servir para metendo tudo no mesmo saco prejudicar qualquer causa que se defende.Diga.me lá quem é que para além do Pacheco Pereira falou do assunto? É isto que levanta suspeitas aos blogs de serem mais mexidos pelo despeito do que pela realidade. Se o Pacheco não tivesse um blog concorrente seria alvo de críticas tão injustas como estas?
«Cheira tudo a despeito e a uma zanga generalizada com o mundo».
Com o mundo da estrumeira, digo eu, porque afinal ninguém de bom carácter e mediana inteligência pode sentir-se integrado nesta indecorosa paisagem de uma oligarquia política pífia, sem escrúpulos e sem moral.
Concordo com Rosa Magalhães quando observa que JPP foi "... o único que o fez de forma frontal e inequívoca...". Se bem que já tenha ido mais longe nestas coisas, mas merece que justiça se lhe faça.
Já Lobo Xavier, enfim, a cadeira estava apertada, percebendo-se o motivo, desculpando Júdice, quando disse que se calhar seria mais cómodo que não se fosse meter na confusão do cargo para que foi convidado. Embora, como diz César das Neves, e eu também, que, ás vezes, só ás vezes, atenção, tem razão, "nãoexistemalmoçosgrátis".
Quanto J. Coelho, enfim, conversa da treta, e sem comentários para não descambar para a deselegância e me censuram, e bem, o meu comentário, já que me apetecia dizer aqui algumas asneiras sobre o coelhone, mas ficando por aqui.
...ah....se não houver "salamaleques", despedem-nos! Há que ter muito cuidado....se se viver do que se ganha, claro!!!!
Se me sair o Totoloto ou o Euromilhões, então sim, deasabafarei...direi tudo o que sei....e que sinto!!!!! Até lá...."come e cala"!!!
Onde é que eu já ouvi isto????
who the fuck is João Gonçalves?
Eles são todos familiares ou pelo menos amigos ou filhos de amigos, até "herdam amizades".
O Dr. Pacheco Pereira ainda criticou qualquer coisa , os outros nem coragem tiveram para isso, dai não perceber como e para que é que são comentadores.
É o fim do regime! Felizmente!
R.A.I.
O Dr Judice quando era fascista à portuguesa publicou, nos idos de setenta, um livrinho editado pela Cidadela (editora liveira saudosista dos camisas castanhas do Rolão Preto) verdadeiro panegírico do grande chefe falangista josé antónio primo de rivera (o da Cara al sol con la camisa nueva
que tú bordaste en rojo ayer,
me hallará la muerte si me lleva
y no te vuelvo a ver). O homem mudou. E depois? Só os burros não mudam. E a vida está dificil para todos. E o metabolismo basal do artista é muito elevado. outras galáxias
Estimado JG: não me parece que esteja a ser justo com JPP - foi ele quem levantou o tema e todos percebemos a sua crítica.
Realmente, conheço o Dr. Júdice há alguns anos e tenho sobre ele boa impressão, quer política, quer profissional. Como bastonário da Ordem dos Advogados, realizou um trabalho destemido e acusador.
Quanto a ele ter aceite o "convite" do nosso primeiro-ministro, que agora diz ser um cargo "gratuiuto", todos sabemos como é...Penso que não deveria ter pago/retribuído esse favor com o aceitar ser mandatário do António Costa - mas o escritório comercial deve ter falado mais alto.
É pena.
José Judice pertence ao grupo da nossa elite com algum respeito, que decidiu ir ganhar dinheiro (tal como Saldanha Sanches, António Vitorino, Pina Moura, etc. etc.), sobretudo desde que pressentiu que o país pode vir a fechar por falência total irrecuperável.
Sócrates, tentando fazer charme à direita capitalista, vai-lhe fazendo convites chorudos e irrecusáveis, como já tinha feito a Freitas do Amaral.
Está tudo OK - menos o país.
Quanto a si, estimado JG, por consideração e respeito, pedia-lhe menos cinismo e mais rigor nas suas observações, sobretudo em relação a JPP.
Digo eu...
Saloio
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