29.7.07

SIMPLESMENTE DINA


O escritor norte-americano Norman Mailer, insuspeito de não gostar de mulheres, manteve sempre com elas uma relação muito estranha. A uma delas chegou mesmo a dar umas facadas. Literais. Todavia é dele a mais bonita biografia de Marilyn Monroe e um outro livro em que ela aparece, Of Women and their elegance. Por causa das mulheres e da sexualidade, Mailer manteve grandes polémicas televisivas e escritas com o seu coevo Gore Vidal. Vidal apreciou sempre as mulheres, não exactamente pelos mesmos motivos de Mailer. Talvez por isso lhe tivesse tantas vezes atirado à cara a sua indisfarçável misoginia. Vem isto a propósito de uma extraordinária entrevista na Única à ex-mulher do antigo governador de New Jersey, um Jim qualquer coisa, democrata, que "saiu do armário" na pior altura para a "sua" Dina. Dina Matos, como o nome indica, é de cá. Aos dezoito anos levaram-na para os EUA. Felizmente, diz ela, já que Dina considerava insuportáveis "a história e a cultura portuguesas". Lendo a Dina e as perguntas idiotas que o sr. Jenkins, o correspondente do Expresso lhe coloca, percebe-se por que é que o Jim vagueava por livrarias e estações de serviço (sic) à procura de fruta. Dina deve ter sonhado com a Casa Branca, uma vez que o dito Jim era politicamente prometedor. Era, porque depois de um "caso" com um "segurança" (dele) israelita e de outras "suspeitas" que o sr. Jenkins e a Dina apreciam na entrevista, designadamente o habitual número da chantagem, o Jim declarou-se um "americano homossexual" (sic também). Agora vive alegremente com o "companheiro", dá lições de ética numa universidade qualquer e vende o seu livrinho de "confissões". Dina, uma quase Hillary até na "traição" - com a diferença nos pêlos no peito dos amantes de Jim -, respondeu na mesma moeda, ou seja, com um livro. E pretende, naturalmente, vender o melhor possível a figura de parva que andou a fazer no casamento. Como Dina Matos, existem por aí muitas "Dinas", só que as pobres não aspiram a nada a não ser tratar modestamente das suas casinhas não brancas. Pelo meio havia filhas, duas de casamentos diferentes, o que prova que não há nada mais fácil no mundo do que cuidar da natalidade e da fruta simultaneamente. De que é que estão à espera, portugueses?

4 comentários:

Anónimo disse...

Ah, sim, as Dinas...

E os Dinos, ou os Claudios ? Não lhe merecem comentario ?

Anónimo disse...

...mas afinal, que acha do fingimento do dito cavalheiro para com a mulher? Ou foi a Dina que se portou mal?? Não o percebi mas...também não é muito importante este caso....O que mais há nos casamento são "os acidentes de percurso!!!"....

Anónimo disse...

prosa diagonal. vai perdendo um pouco de cada vez que parece avançar.
o caso, como eu o li, é verdadeiramente americano. desde o conteúdo, desenvolvimento e posterior aproveitamento - monetário; de cada parte.

existem muitas dinas...e por cada uma existe um jim.

'a não ser tratar modestamente das suas casinhas não brancas.' é depreciativo. será o modestamente? as casas não brancas?
aspirar a algo mais é bom? faz de nós ricos?
quereria dizer aspirar modestamente as suas casinhas não brancas?

VANGUARDISTA disse...

A “democracia “ nos EUA é isto mesmo, uma magistral hipocrisia a todos os níveis, que redundou no que há de mais hipócrita e perverso que é o neo-liberalismo.
É isto que estão a importar para a Europa e para Portugal !
Quando à Dina, acho que não dava ao Jim do que ele gostava e , como o Jim não encontrou uma Mónica, olha, virou do avesso, com o segurança israelita que andava sempre atrás dele para lhe guardas as costas (todas!).
Depois lá veio a maior hipocrisia lamecha à americana, lágrima a escorrer pela bochecha, a confissão conveniente (parece que nos EUA, e não só, ser gay até abre portas) e o perdãozinho encapotado da Dina e as edições e reedições das suas vidinhas em livro.
Oh João! Que se lixem os americanos , os Jim's e as Dinas, temos mais com que nos preocupar!