O primeiro debate na TVI junta Cavaco com Louçã, "entrevistados" por Miguel Sousa Tavares e Constança Cunha e Sá. Apesar de eu suspeitar que estes dois gostam tanto de Louçã como eu gosto, parece-me pacífico que Cavaco terá pela frente três "adversários". Ou seja, este é o primeiro debate verdadeiramente "difícil" para Cavaco. Não porque ele não saiba perfeitamente o que deve dizer e como o deve fazer, à margem da aula de religião e moral que Louçã irá inevitavelmente debitar. Ou sequer porque os entrevistadores, desde quase sempre, o tomaram "de ponta" e, sem rebuços, antipatizam com ele (especialmente Sousa Tavares). É difícil porque será porventura o debate no qual a arrogância e a alegada "superioridade" moral e política da "esquerda" contra o reformista "filho do povo" poderá estar mais em evidência. No fundo, Cavaco vai debater com três "aristocratas" que suportam mal a emergência e o sucesso de figuras com o perfil austero de Cavaco, para mais com perigosas ligações ao "centro-direita", como eles dizem. Louçã usará naturalmente os seus pergaminhos de economista-moralista para "denunciar" o ex-primeiro-ministro dos anos 90. E os entrevistadores hão-de espremer o filão até onde puderem. Estas coisas têm, porém, uma natureza dúplice e, por vezes, um efeito contrário ao pretendido. Como o próprio Sousa Tavares já se questionou na TVI, e se for mesmo um perfil de economista austero, como o de Cavaco, aquele que a maioria dos portugueses quer em Belém para os próximos anos?
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