Esta “independência” é diferente das anteriores. Aproveitei um texto de um leitor, o António Leite-Matos, que estuda “Comunicação Social e Cultural” na Universidade Católica. Ele é “destes tempos” e doutra geração. Tem, porém, a noção de que o ano que começa depois de amanhã não vai ser fácil, mas pode ter um início politicamente auspicioso. As palavras do António falam disso, de ajudar a “pôr isto melhorzinho”. Eu tenho chamado a atenção para a questão da credibilidade e para a necessidade de fazer o que tem de ser feito, algo que é caro, com maior ou menor felicidade, a José Sócrates. Foi esse o sentido do voto das legislativas de Fevereiro último e será esse, provavelmente, o sentido da eleição presidencial de Janeiro. Pelos vistos, eu e o António concordamos numa coisa. A escolha do próximo Chefe de Estado não é um mero voto “partidário” ou uma escolha “mole”. É mesmo para valer. ”No último dia deste ano há que pensar em contrariar a rotina domingueira em que se gosta de viver durante a semana. Adoptado o espírito, há que não perder tempo e pensar a sério num presidente sério. Os dois candidatos não elegíveis conseguirão os seus votos tradicionais ou os cedentes à demagogia e a alguma hipocrisia. Dentro da violência doméstica, assistir-se-á ao até agora inverosímil mau fim do dr. Soares e a uma digerível participação do dr. Alegre no que ao exercício da cordialidade diz respeito. Não tenho dúvidas quanto à cara do próximo retrato a pregar na salinha à esquerda da entrada de Belém, seja a confirmação dada a 22 de Janeiro ou dias depois. No dia em que estiver eleito o dr. Cavaco Silva, Sócrates poderá animar-se. Por um lado, contará com a cooperação de um homem sério, por outro poderá ver nascer frutos das meras boas intenções de que o seu governo de grand vitesse está cheio. Não tenho dúvidas de que é preciso votar em Cavaco Silva e na sua objectividade para que exista uma opinião equilibrante e uma vontade atávica de pôr “isto” melhorzinho.” Boas entradas.
No Independente de hoje
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