Eu nutro- sempre nutri - uma grande admiração pela dra. Maria Barroso. Respeito a sua biografia construída nos "anos de chumbo" e a posterior, ao lado do marido, mas sempre com um sentido de identidade própria. Reprovei a forma como o então ministro da Defesa, o Paulo Portas, a tratou no episódio da Cruz Vermelha. Custa-me, por isso, e a propósito da peripécia de Barcelos, vê-la a sugerir uma pequenina teoria da conspiração que, pelos termos, só serve para a diminuir desnecessariamente. De acordo com o Público, captado aqui, a dra. Maria Barroso apreciou o incidente da seguinte maneira: "são estimulados por forças que querem criar confusão e depois lançar um salvador da pátria." Que o "vale tudo" chegue a certas bandas e a certas pessoas, já esperávamos. Que a habitual discrição tranquila seja trocada pela insinuação torpe, logo vinda de quem menos se espera, é que eu acho grave e um péssimo sinal. Tanto mais quando, afinal, este senhor, "Augusto Rodrigues da Silva, carpinteiro, de 63 anos de idade", explicou a sua versão. Nada, porém, justifica um gesto inqualificável. E nada justifica, da mesma forma, uma frase profundamente infeliz, vinda especialmente de quem veio.
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