Quando, há dez anos, Jerónimo de Sousa defrontou pela primeira vez Cavaco Silva num debate, ao lado de Jorge Sampaio, tinha quase a certeza de que este seria o escolhido e que ele, mais tarde ou mais cedo, acabaria por sair de cena, claudicando a favor do futuro presidente. Desta vez, Jerónimo tem muitas dúvidas de que Cavaco não venha a ser o próximo chefe do Estado, eleito numa única eleição de que ele não pretende desistir. Por isso, e ao contrário do que ele próprio anunciou, não "desblindou" Cavaco. Foi mais frouxo do que Louçã na demagogia e na revisitação fácil do tenebroso passado "cavaquista". Indirectamente, dificultou um pouco mais o caminho a Mário Soares que terá de ser ainda mais "radical" do que tem sido. Este debate teve demasiada "economia" e alguma da chamada "preocupação social", porventura por causa da presença do secretário-geral do PC. Os dois "pivots" da SIC têm sido, até agora, os mais fracos e simultaneamente os mais "alinhados" pelo "modelo" que Cavaco aprecia e que claramente o favorece. Como lhe competia, Jerónimo, candidato e líder do PC, falou mais "para trás" e Cavaco, naturalmente, falou mais "para a frente". Um "segura" votos, o outro quer "segurar" o país. Apenas isso.
Sem comentários:
Enviar um comentário