31.12.05

ANO A SABER A POUCO - 3



Agora vamos ao mais fácil, das coisas, pessoas e gestos de que não gostei em 2005, seguindo a sugestão de Constança Cunha e Sá. Não sei se é o caso dela, mas eu, com muita honra, pertenço ao clube dos pessimistas antropológicos. Não me considero propriamente "de direita", como os meus amigos de O Acidental, mas cada vez que vejo certas personagens a bater com a mão no peito e a jurarem pela "esquerda", tenho dúvidas. O meu estado normal é "contra mundum", apesar da frase que repito para mim mesmo, até à exaustão, de João Paulo II, o "meu" desaparecido do ano: "I hope against all hope". Detesto a minha profissão e às vezes gosto de me imaginar em Manhattan ou em Long Island (podia ser em Santarém ou noutra cidadezinha do interior) a tomar conta de uma biblioteca pública. Este ano, por causa de coisas, pessoas e gestos, a minha desconfiança para com o "próximo" que Deus e Ratzinger me mandam amar, aumentou. Tudo visto e ponderado:
  • a forma como as televisões "cobriram" a agonia do Papa Woytjila;
  • o ar, por vezes pesporrente, por vezes bimbo, de Fátima Campos Ferreira no "Prós e Contras" da RTP;
  • a dupla da SIC Notícias, ambos com um timbre anasalado, que costuma apresentar-se ao fim da tarde;
  • o Mário Crespo, quando, no "Jornal das Nove" da dita SIC Notícias começa "a falar para dentro" e a fazer "boquinhas";
  • o Ricardo Costa, quando lhe dá para pitonisa;
  • no tempo do governo Santana Lopes, os "comentários" dengosos de Luis Delgado e de Bettencourt Resendes;
  • no tempo da candidatura de Cavaco Silva, os comentários dengosos de Luis Delgado;
  • o "soarismo" retardado dos comentários de Luis Osório;
  • a ideia de "um país de eventos" do José Medeiros Ferreira;
  • a campanha de Manuel Maria Carrilho, Bárbara Guimarães incluída;
  • Ana Sousa Dias perante Marcelo Rebelo de Sousa;
  • Vitor Ramalho, o primeiro fervoroso "soarista" e o primeiro a querer desistir depois das autárquicas;
  • Helena Roseta, uma fiel inconstante;
  • os meus amigos "soaristas" que preferiram o "soarismo" à amizade, por causa de Soares e de Cavaco;
  • os comentários de António Vitorino na RTP;
  • António Vitorino, em geral;
  • Francisco Assis na campanha autárquica no Porto;
  • Fátima Felgueiras, a mal explicada autarca ex-socialista, nas suas idas e voltas;
  • Isaltino Morais, em geral;
  • Daniel Oliveira, do Bloco e do horrível "Eixo do Mal";
  • o dr. Louçã e a sua insuportável vaidade "religiosa";
  • a direcção do PSD, com excepção para a Paula Teixeira da Cruz;
  • as aparições de Santana Lopes que não consegue respeitar o "luto";
  • o líder da JP;
  • o Bernardino Soares, um jovem estalinista precocemente envelhecido;
  • a mania de "bater" no George W. Bush a torto e a direito, embora apeteça;
  • Júlio Machado Vaz, o sexólogo do regime;
  • o constitucionalismo coimbrão, sempre atento, venerando e obrigado desde os tempos do dr. Salazar até ao "terceiro" dr. Soares;
  • os juristas, classe a que eu, com manifesta infelicidade e com doses maçicas de Lexotan, pertenço;
  • os coletes reflectores nos automóveis e/ou a bandeira nacional;
  • os jipes, particularmente quando conduzidos por senhoras dentro da cidade, símbolos de uma sexualidade reprimida;
  • jogos de futebol perto de casa e adeptos com cachecóis;
  • os drs. Lino e Pinho, membros do actual governo;
  • a forma como Campos e Cunha foi tratado pelos seus colegas de governo e a sua saída intempestiva;
  • o dr. Jorge Lacão, em geral;
  • a OTA e o TGV;
  • a vacuidade do Plano Tecnológico;
  • o longo sono da "cultura";
  • o "Bilhete de Identidade", de Maria Filomena Mónica;
  • a publicidade histérica aos livros idiotas da Sra. Rowling;
  • o falso livro da D. Maria José Ritta;
  • a falsa reflexão sobre a candidatura, anunciada no verão pelo dr. Soares;
  • João Soares, em geral;
  • José Mourinho e treinadores de bola em geral, tais como um senhor holandês que passa a vida a falar um português "espanholado" e a repetir "o partido" a toda a hora;
  • os "provedores dos leitores" nos jornais;
  • Cavaco a "dar confiança" aos adversários;
  • Jorge Coelho na "Quadratura do Círculo";
  • telemóveis 3G (parece que é assim);
  • (pode ser que continue...)

1 comentário:

Anónimo disse...

Delgado e Coelho.....azarentos ?