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1.6.10

«ESTA GENTE ERA ALGUMA SOLUÇÃO»



- Que esperamos na ágora congregados?

Os bárbaros hão-de chegar hoje.

- Porquê tanta inactividade no Senado?
Porque estão lá os Senadores e não legislam?

Porque os bárbaros chegarão hoje.
Que leis irão fazer já os Senadores?
Os bárbaros quando vierem legislarão.

- Porque se levantou tão cedo o nosso Imperador,
e está sentado à maior porta da cidade,
no seu trono, solene, de coroa?

Porque os bárbaros chegarão hoje..
E o imperador espera para receber
o seu chefe. Até preparou
para lhe dar um pergaminho. Aí
escreveu muitos títulos e nomes.

- Porque os nossos dois cônsules e os pretores,
saíram hoje com as suas togas vermelhas, as bordadas,
porque levaram pulseiras com tantas ametistas,
e anéis com esmeraldas esplêndidas, brilhantes;
porque terão pegado hoje em báculos preciosos
com pratas e adornos de ouro extraordinariamente cinzelados?

Porque os bárbaros chegarão hoje.
e tais coisas deslumbram os bárbaros.

- E porque não vêm os valiosos oradores como sempre,
para fazerem os seus discursos, dizerem das suas coisas?

Porque os bárbaros chegarão hoje;
e eles aborrecem-se com eloquências e orações políticas.

- Porque terá começado de repente este desassossego
e confusão. (Como se tornaram sérios os rostos.)
Porque se esvaziam rapidamente as ruas e as praças,
e todos regressam tão às suas casas muito pensativos?

Porque anoiteceu e os bárbaros não vieram.
E chegaram alguns das fronteiras,
e disseram que já não há bárbaros.



E agora que vai ser de nós sem bárbaros.
Esta gente era alguma solução.


Konstandinos Kavafis

31.5.10

O RAIO QUE OS PARTA

Hoje é dia para aqueles que vêem em todos os gestos de Israel um contributo para o bem estar da humanidade exultarem. Pois não é que aqueles beneméritos, não fosse o diabo tecê-las, atiraram "preventivamente" sobre uns barcos fretados que iam levar material de guerra para Gaza, tal como cadeiras de rodas e comida, com o pretexto de se tratar de Untermensch pró-palestiano? A obsessão sionista de um Lebensraum justifica tudo a começar por um juízo unilateral do princípio da proporcionalidade, um acesso tipica e reiteradamente fascista. Livrai-nos, pois, de todos os que têm medo até do próprio medo e que julgam que só assim são "corajosos", "patriotas" e se livram de traumas congénitos. Não sou pacifista nem ingénuo, mas a "causa" israelita, assente na desconfiança universal e na exigência de uma global curvatura perante suas excelências, causa-me mais náusea do que qualquer outra coisa. O raio que os parta.

Adenda: Este post de Do Médio Oriente e Afins. Já agora, e para evitar comentários a comentários, por que é que os domésticos sionistas friendly não trocam o conforto do "doce Portugal" pelo extraordinário bastião dos "valores" ocidentais que é Israel (e zonas limítrofes) em vez de apenas hastearem a bandeirinha no quentinho da casa deles?

17.3.10

LEBENSRAUM SEM PONTO DE INTERROGAÇÃO



Este post causou alguma comoção junto de inesperados "rabinos" de circunstância. Que mal lhes pergunte, por que é que não vão viver para a região? Quanto ao mais, e parafraseando o César Monteiro, quero que se fodam. E assim sucessivamente.

16.3.10

LEBENSRAUM?


De vez em quando - muito raramente por causa dos negócios - os Estados Unidos fingem perceber a "natureza" de Israel. Está agora a dar-se o caso com a administração Obama. Benjamin Netanyahu, o 1º ministro, recusa-se impedir a construção de casas judaicas em Jerusalém Oriental aparentemente ao arrepio de coisas previamente combinadas com os seus aliados de sempre. Israel vive há anos à conta da complacência mundial por causa daquilo que a gente sabe e condena. Todavia, em Israel subsiste uma estranha pulsão por um Lebensraum que lhe assenta mal por tudo. Respeite-se, dêem-se ao respeito, mas nada de temores reverenciais com prepotências sionistas.

13.5.09

O PAPA E "O GRANDE ISRAEL"


«O Papa pediu hoje, em Belém, terra do nascimento de Jesus, segundo as Escrituras, o fim do bloqueio israelita a Gaza e a criação de um Estado Palestino independente e soberano. Há muito que se esperava do Chefe da Igreja Católica uma palavra inequívoca, ainda que em linguagem diplomática, sobre o problema palestino. Palavra tão mais necessária – e oportuna – quando o novo governo israelita, saído de uma improvável coligação do Likud, do Partido Trabalhista e da extrema-direita preconiza o abandono da ideia da criação do Estado Palestino, considerando que os palestinos já têm um Estado que é a Jordânia. Política esta, de resto, em consonância com o progressivo alargamento das fronteiras do Estado Judaico com vista à construção do Grande Israel.»

Do Médio Oriente e Afins

Adenda: É claro que nunca se deve negligenciar um idiota como este.

11.5.09

PAR DÉLICATESSE


Quando um tipo qualquer falou em massacre perpetrado por Israel na Faixa de Gaza, Ratzinger abandonou uma reunião com líderes religiosos cristãos, judeus e muçulmanos que decorria na Terra Santa. Nem já o Papa resiste a um gesto politicamente correcto para não desagradar àquela boa rapaziada do costume a qual, como sabemos, é muito propensa a "diálogos". Par délicatesse, naturalmente.

15.1.09

A REGRESSÃO


«Cette banalisation de la sanction aveugle au nom d'une conception de la responsabilité collective, me paraìt une honteuse régression. J'ai besoin de dire que la part juive qui est en moi, dont je n'ai pas coutume de faire état et qui reste fidèle à la mémoire des victimes de l'extermination est bouleversée d'indignation et de révolte devant une telle régression.»

Jean Daniel, Nouvel Observateur

Nota: Ontem à noite, uma simpática judia fanatizada cumprimentou-me em hebraico com um grito de guerra. O grave no exercício é que ela não estava a dizer aquilo a título meramente folclórico. Hoje foi a vez de um hospital e de um espaço qualquer das Nações Unidas na Faixa de Gaza. Voltamos ao mesmo. Os habitantes do minúsculo território, se não são todos terroristas, estão para ser. Como no Alien, para os israelitas toda a gente ali carrega, mais tarde ou mais cedo, o monstro dentro de si. Nada, pois, como prevenir.

13.1.09

SOARES (BEM) CONTRA OS "TAMPINHAS"*

«Israel escolheu um caminho muito perigoso que pode pôr em causa a sua sobrevivência, num momento de mudança tão agudo e difícil como aquele em que o mundo se encontra. Quis forçar a mão ao Presidente Obama, no momento em que ainda não tomou posse, confiado no poder de persuasão do poderoso lobby judaico-americano? Fez mal. (...) Em termos políticos, estratégicos e diplomáticos Israel tem de deixar de se pensar como "o Povo Eleito". Em termos religiosos, é outra coisa: cada religião tem a sua verdade e presta-lhe culto, como deseja, devendo, por isso, ser respeitada. Mas a política internacional é diferente. (...) Os tempos, nesse aspecto, estão em mudança, como as relações de força. Israel devia saber isso. Não pode, assim, pedir aos seus aliados e amigos que a apoiem incondicionalmente. Sobretudo tem vindo a cometer erros colossais e, porventura, mesmo crimes contra a Humanidade.»

Mário Soares, Diário de Notícias


*Copyright: "Tampinhas", uma designação inventada pelo Dragão

10.1.09

ÇA N' EXISTE PLUS - 4

«Ao certo não sei quantos habitantes vegetam internados na tal Faixa de Gaza. O número, de resto, é irrelevante. Bem como a idade e o género: homens, mulheres, velhos ou crianças é tudo igual. É tudo "espécie cinegética autorizada". Sejam quantos forem, o que sei, de propaganda certa, é que se dividem em duas categorias gerais e totalistas: os que têm um terrorista do Hamas oculto dentro deles; e os que têm um terrorista do Hamas escondido atrás deles. É por isso que, piedosa, cirúrgica e justiceiramente, vão ter que ser todos abatidos.»

Dragoscópio

«O governo de Israel mediu tudo menos a desumana violência: o seu calendário eleitoral, a falta de aliados locais do Hamas extremista e, sobretudo, a transição presidencial norte-americana.»

José Medeiros Ferreira, Correio da Manhã

8.1.09

ÇA N' EXISTE PLUS - 3

Desde que o sr. Rabin foi assassinado por um judeu fanático, Israel passou a ser dominado por uma "abstracção" perigosa, de sentido único para efeito externo, que junta os "trabalhistas" e a "direita". Como há eleições em breve e como o aliado texano sai daqui a quinze dias, esta "abstracção" necessita de alguma distinção, para efeitos internos, sempre no sentido do "eu sou mais eficaz nos tiros do que tu". O pior dos sentidos, evidentemente. Helena Matos, no Público, fala na "diabolização de Israel". Não deixa de ter alguma razão. Para quê, de facto, tentar o diabo?

7.1.09

ÇA N' EXISTE PLUS - 2

Os jornalistas portugueses que defendem Israel nos jornais, nas televisões e nos blogues não têm nada a dizer acerca de o governo de Tel Aviv não deixar a comunicação social "cobrir" a operação militar sionista em curso na Faixa de Gaza, com três hipócritas horas de "humanidade" a título de intervalo?

ÇA N' EXISTE PLUS


Durante três horas/dia, os israelitas e os Hamas mostram ao mundo que, afinal, são "humanos". Os primeiros "interrompem" as operações militares para deixar passar a ajuda humanitária em Gaza. Os outros prometem que não disparam. Depois, nas restantes 21 horas, continuam para bingo (ler este post do dr. Fernando Nobre). Max, narrador de As Benevolentes, tem razão: «la guerre totale, c'est cela aussi: le civil, ça n'existe plus.»

3.1.09

JOGOS DE GUERRA


Há dias escrevi aqui que o Hamas e os israelitas são umas bestas. Persistem bestificados. Meio milhar de mortos palestinianos não significa, de certeza, meio milhar de Hamas abatidos. Israel defende aquela extraordinária tese da ameaça permanente que justifica praticamente tudo. E não há maneira de perder o seu complexo "artificialista". Só que Israel e o Hamas não se limitam a lançar lama para a ventoinha. Para isso ainda temos quinze dias de Bush. Os jogos de guerra entre criatura (Hamas) e criador (Israel) fazem-se com mísseis que não distinguem criancinhas de terroristas puros. Israel está em pleno processo eleitoral interno e Obama vem aí, duas coisas que contam bastante nesta "ofensiva defensiva". Sei que o "Ocidente" aprecia e defende um lado. Aqui não. Não gosto de fundamentalistas. Judeus, árabes ou outra coisa qualquer. Um raio que os parta.

De o comentário de um leitor que não segue o cânone nem foi "apanhado" pela imprensa e que sabe alguma história: «Foram organizadas eleições livres nos territórios palestinianos, reconhecidamente livres pela dita comunidade internacional. Para espanto dela, o HAMAS ganhou as eleições e logo foi considerado uma organização terrorista com quem não se podia dialogar. Com quem pode Israel dialogar afinal? (...) Deve também dizer-se que quem violou a trégua entre Israel e o HAMAS foi Israel pois não cumpriu a sua parte do acordo que era levantar o bloqueio a Gaza. E durante a trégua Israel assassinou 49 palestinianos na Faixa de Gaza sem um único rocket do HAMAS.(...)É preciso, honestamente, olhar para trás e verificar o que se passou desde 1948. Infelizmente a memória das pessoas é fraca e talvez já não se recorde de todos os atentados terroristas cometidos pelos judeus (o povo eleito) contra os ingleses durante o mandato britânico na Palestina. Só a explosão do Hotel King David, em Jerusalém provocou cerca de 100 mortos! E quem fez o Hotel ir pelos ares não foram os palestinianos, mas os judeus, para apressar a criação do Estado de Israel.»

28.12.08

BESTAS

Os "Hamas" são umas bestas. Os israelitas reagem aos "Hamas" como bestas alegadamente "superiores". Até quando vamos ter de andar de chapéu na mão (ou na cabeça) a pedir-lhes desculpa?

De um comentário: «(...) recordaria que o HAMAS foi criado com o apoio de Israel (sim, é verdade) para enfraquecer a liderança laica de Yasser Arafat e para dividir os palestinianos. Há em toda esta história muitas estórias mal contadas, que um dia se conhecerão, ou talvez não! Porventura o HAMAS não deveria disparar contra o território de Israel (apesar da população da Faixa de Gaza - milhão e meio de habitantes vivendo a maior parte em campos de refugiados há décadas - estar com certeza farta dos falhados processos de paz), mas a ofensiva israelita é no mínimo desproporcionada (para usar um termo jurídico elegante), embora na verdade constitua um crime de guerra nos termos da legislação internacional. As vítimas, são sempre os palestinianos, que continuam a pagar um preço elevado à conta do "holocausto" nazi. Termino perguntando o que tem feito um homem chamado Tony Blair, especialmente encarregado desta questão a nível internacional desde que deixou a chefia do governo britânico. Que é feito dessa sinistra personagem? Ainda é vivo? Ou anda a resolver outras questões na esteira de Lord Balfour?»

13.7.08

IMPROVÁVEIS E PERIGOSOS

Sarkozy promoveu duas inutilidades quase simultaneamente. Pela enésima vez, desta vez em Paris, juntaram-se o chefe do governo israelita em exercício e o senhor que supostamente manda na Palestina. Agora é que sim. Agora é que não. É só esperar mais uns dias. Depois, reuniu a Europa com meia África e chamou-lhe "união para o Mediterrâneo". A presença do israelita foi suficiente para este "sucesso" não ter tido direito a "foto de família". Durão Barroso, com a sua habitual desfaçatez, até falou num "estaleiro" não sei de quê mas deve ser, seguramente, de qualquer coisa que lhe interessa. Sócrates esteve lá e deixou aos jornalistas a "cartilha" aprendida como ministro do ambiente e como recente "presidente em exercício" da Europa. Apenas vulgaridades num mundo improvável governado por tanta gente improvável. E perigosa.