17.4.09

CONTRA AS FANTASIAS

«Não se trata de governar para os números, nem para as estatísticas. Estão em causa problemas concretos de natureza social, que geram situações de desespero e afectam com especial gravidade os mais desprotegidos. Problemas cuja resolução é uma responsabilidade política e, mais do que isso, uma condição necessária para a estabilidade da nossa democracia. A par do agravamento do desemprego e do endividamento excessivo, aumentam as situações de carência alimentar, de famílias que não conseguem suportar os encargos de educação dos filhos, de instituições de solidariedade às quais escasseiam os recursos para responder aos novos casos de emergência social que lhes batem à porta. Só quem não conhece o que se passa no terreno, quem não contacta com as consequências da crise, não se apercebe do alastramento dos novos riscos de pobreza e não compreende a dimensão do custo social para o País das políticas que favorecem o enfraquecimento dos laços familiares. Este é um período em que se pede ao Estado um maior activismo. No entanto, esta não é altura para intervencionismos populistas ou voluntarismos sem sentido. Os recursos do País são escassos e é muito o que há ainda por fazer. É preciso garantir o máximo de transparência na utilização dos dinheiros públicos. Desde logo, por uma questão de respeito para com os contribuintes (...) Seria também inaceitável que as respostas à crise levassem ao agravamento dos problemas estruturais que Portugal enfrenta: excessivo endividamento externo, finanças públicas deficitárias, baixa produtividade, debilidade face à concorrência externa e divergência persistente face à média europeia (...) O pior que nos poderia acontecer era a crise acentuar a tendência, bem nociva para o País, de algumas empresas procurarem a protecção ou o favor do Estado para a realização dos seus negócios. Empresários e gestores submissos em relação ao poder político não são, geralmente, empresários e gestores com fibra competitiva e com espírito inovador. Preferem acantonar-se em áreas de negócio protegidas da concorrência, com resultado garantido. É crucial que os empresários e gestores percebam que a sua autonomia em relação ao poder político é, a médio prazo, decisiva para o seu sucesso e garantam que as suas empresas sejam inovadoras à escala global e não apenas aproveitadoras das oportunidades existentes no mercado português.»

7 comentários:

Anónimo disse...

como na batalha naval, com um só tiro foi o pr enviou o porta-aviões governamental ao fundo.
o pm e o governo inauguraram um concurso de tiro aos pobres.
anda por aí um sujeito, que perdeu milhões na bolsa, a fingir ser o emoler-mor do governo.
morreu a corin tellado
ficou o zé do telhado

radical livre

garganta funda.... disse...

O discurso do Presidente da República foi um sério aviso - talvez um ultimato ! - à actual governação.

Infelizmente o PR já não chega a tempo de evitar a hecatombe que está para vir....

Ritinha disse...

Levou o seu tempo...

Para descobrir a "má moeda" foi bastante mais lesto.

Cáustico disse...

O discurso do PR tem um alvo bem definido e é um aviso sério à canalha que diz governar.

Anónimo disse...

Este é um dos discursos mais importantes dos últimos 25 anos e só o encontrei aqui?

Paulo de Tarso disse...

O PR, como sempre, chegou atrasado...
Com esta gentalha, perversa, ígnara e corrupta que se apoderou da Pátria, não se pode usar de blandícia.
Mas, enfim, terá chegado tarde, mas chegou. Vejamos agora se os maçons fazem orelhas moucas aos avisos do PR...

Anónimo disse...

Mas ai está um discurso que o seu antecessor - Sampaio- nunca ousaria proferir (nem em público, nem em privado.

Definitivamente as coisas toldaram entre o sousa e Cavaco.

A

Rui

PS. Será que o sousa resiste ao testes nacionais de Junho.