28.1.09

CONSTRUÇÕES FASHION



Afinal, estas belezas sempre tiveram na sua origem "projectos técnicos de arquitectura e de engenharia" elaborados por ele. Assim concluiu a "comissão de inquérito interna" nomeada pela Câmara da Guarda para "averiguar" se o então jovem engenheiro Sócrates teria «assinado numerosos projectos de arquitectura e engenharia relativos a edifícios na Guarda, ao longo da década de 1980, cuja autoria os donos das obras garantem não ser dele, uma situação desmentida pelo actual primeiro-ministro, que garantiu «a autoria e a responsabilidade de todos os projectos.» O senhor que falou pela "comissão" não se esqueceu de referir a veneranda figura do "senhor primeiro-ministro" cuja "imagem", pelos vistos, alguém (o próprio "projectista"?) pretendia denegrir. Outros tempos, sem Fashion Clinic.

8 comentários:

Luísa A. disse...

Mas está na cara que são dele! Não há Ermenegildo Zegna que consiga disfarçá-lo.

Anónimo disse...

disse um evangelista:
«pelos frutos se conhece a árvore»

radical livre

Anónimo disse...

Neste blog, o indivíduo é sistematicamente tratado por engenheiro (sem aspas).
Ora, não o é nem o foi alguma vez.
Considero tal tratamento uma ofensa à classe a que pertenço e pergunto-me o motivo da insistência (que está, aliás, disseminada...).
O sujeito em causa, infelizmente à frente do Governo de Portugal há mais de três tristes anos (!), não só não tem curriculum académico sério que o habilite ao uso do título como jamais foi admitido na Ordem dos Engenheiros, obviamente por não reunir condições para tanto.
No que toca à autoria dos projectos dos mamarrachos que "ilustram" o post, e que o pseudo-engenheiro reivindica, o que sabemos é que os respectivos proprietários já por diversas vezes declararam o contrário. Isto, só por si, diz tudo.

Anónimo disse...

"Avanço" outra hipótese: será que já nessa altura S. Exa. exercitava a "arte" de dar ao Povo aquilo que o Povo gosta?

Anónimo disse...

E já que voltamos ao assunto dos "projectos das casinhas", devo dizer que em minha opinião isto foi o que S. Exa. fez de melhor e o mais louvável até agora: as casas ainda não cairam e "quem dá o que tem a mais não é obrigado".

Anónimo disse...

Alves de Pina

Sem sombra de dúvida!
Mostra o quanto a jornaleirada não passa de esbirra do aldrabão.

Muitos deste leitores de propaganda nas TV's tratam o mentiroso por engº e o PR por Cavaco!

António Torres disse...

Olhando para estes mamarrachos, vem à ideia a célebre pergunta frequentemente formulada na política americana:
- Você comprava um projecto a este homem?

Anónimo disse...

Somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonha, feixes de miséria, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia de um coice, pois que já nem com as orelhas é capaz de sacudir as moscas. [...]“;

temos
“Um clero português, desmoralizado e materialista, liberal e ateu, cujo Vaticano é o ministério do reino, e cujos bispos e abades não são mais que a tradução em eclesiástico do fura-vidas que governa o distrito ou do fura-vidas que administra o concelho [...]“;

“Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavra, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo [...]“;

“Um exército que importa em 6.000 contos, não valendo 60 réis [...]“;

“Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo [...]“;

“A Justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara a ponto de fazer dela um saca-rolhas”;

“Dois partidos monárquicos, sem ideias, sem planos, sem convicções [...]“;

“Um partido republicano, quase circunscrito a Lisboa, avolumando ou diminuindo segundo os erros da monarquia, hoje aparentemente forte e numeroso, amanhã exaurido e letárgico [...]“;

“Instrução miserável, marinha mercante nula, indústria infantil, agricultura rudimentar”,

“Um regime económico baseado na inscrição e no Brasil, perda de gente e de capital, autofagia colectiva, organismo vivendo e morrendo do parasitismo de si próprio”;

“Liberdade absoluta, neutralizada por uma desigualdade revoltante, o direito garantido virtualmente na lei, posto, de facto, à mercê dum compadrio de batoteiros, sendo vedado, ainda aos mais orgulhosos e mais fortes, abrir caminho nesta porcaria, sem recorrer à influência tirânica e degradante de qualquer dos bandos partidários”;

“Uma literatura iconoclasta, – meia dúzia de homens que, no verso e no romance, no panfleto e na história, haviam desmoronado a cambaleante cenografia azul e branca da burguesia de 52 [...]“;

“E se a isto juntarmos um pessimismo canceroso e corrosivo, minando as almas, cristalizado já em fórmulas banais e populares [...] teremos em sintético esboço a fisionomia da nacionalidade portuguesa no tempo da morte de D. Luís, cujo reinado de paz podre vem dia a dia supurando em gangrenamentos terciários.”

GUERRA JUNQUEIRO 1886