8.6.08

A NAÇÃO BESTIALIZADA


Enquanto a selecção não regressar rapidamente da Suiça, o país andará um pouco mais bestializado do que o habitual. Os jornais não desportivos só se podem ler a partir do meio. Deve, por razões de higiene mental, omitir-se a primeira meia hora dos telejornais, dedicada ao futebol e ao medonho "povo" do futebol que vai desde as "figuras" do Estado ao primeiro "Zé das farturas", passando por bandos de fervorosas mamalhudas à mistura com os "intelectuais da bola". Lá fora, é certo, não é melhor. Só que as "condições" da vida lá fora são outras mesmo quando pioram, Aqui, quando tudo piora, é apenas para acrescentar mais excremento ao que já lá estava. É um nosso estado natural, o excrementício, e esta "suspensão" do pensamento - estou a ser generoso - durante uma futebolada convém imenso aos nossos pastores. A histeria colectiva "amacia" e permite a transferência de outras irritações para os estádios. Quando isto acabar - felizmente são só umas semanas esquecíveis - a realidade, tão bestializada como as suas "vítimas", estará de volta. Habituem-se.

8 comentários:

dorean paxorales disse...

A única diferença para o estado de alienação habitual dos portugueses está na unanimidade momentânea da paixão.
Um pouco mais bestializados? Não, apenas mais acompanhados.

Anónimo disse...

Já para não falar daqueles que do alto da sua arrogância se limitam a afirmar que isto está tudo em estado de bestialidade excrementícia e afinal são apenas uma variante mal amanhada de tudo o resto.

(eu sei, eu sei... eu também não passo de uma outra variante: a do anónimo que gosta de comentar a arrogância dos arrogantes, simulando uma arrogância ainda maior)

Anónimo disse...

esta república dá bola em vez de pão.
só a bola consegue dar alguma vitalidade a um país à beira da inanição.
ainda me lembro da expressão «vale mais ser do benfica do que ser rico».

Anónimo disse...

Se há algo que deixe o povo bem-disposto aparecem logo meia duzia de vocês a dizer que não pode ser, que tem de andar de cabeça baixa e olhinhos no chão. Enfim...o costume.

Anónimo disse...

Por este andar, e pelo que tenho lido no PdP, qualquer dia ainda leremos aqui verdadeiros horrores, absolutamente inaceitáveis blasfémias, como, sei lá, que o autor é contra o acordo ortográfico ou mesmo que não concorda com a inclusão de estrangeiros na selecção de futebol. Ou ainda, horror dos horrores, que o dito autor não suporta telenovelas, por exemplo; e quem diz telenovelas diz Marco Paulo ou diz os programas do Malato, ou quem diz estrangeiros diz - veja-se ao que "isto" pode chegar - o chamado "homem da rua" (dito "popular", em versão "popular").
Enfim, depois do atestado de bovinidade exarado no presente "post", teme-se o pior. Ui.

João Gonçalves disse...

Isso tudo e mais umas coisinhas, JPG. Só numa tem razão: sou contra o acordo ortográfico. Reaccionário e tal, está a ver...?

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com o teor do post. Do futebol, que é um mundo abominável, com ou sem processos judiciais, aqui ou no resto do mundo, apenas se salva a aparência de alguns jogadores que poderiam participar em concursos de beleza masculina e que muitas vezes se exibem nos relvados como numa passagem de modelos. Deve, aliás, acrescentar-se que a quem selecciona nos diferentes escalões não é indiferente o aspecto físico a par da habilidade futebolística. Esses "gestores" desportivos sabem muito bem que as aparências dos jogadores, e muitos acabam por se tornar ícones também do futebol mas não só (veja-se o caso de Cristiano Ronaldo) contribuem hoje em grande parte para alimentar o negócio da bola. E mais não digo!

Anónimo disse...

Está enganado e bem enganado: Portugal não é o que passa na tv, na tv só passa o que é digno de passar na sentina. Vou trabalhar para o meio de centenas de pessoas, viajo em comboios apinhados de gente e ouço falar do euro como ouço maldizer do sócrates. Há mais temas desgraçados.