31.10.06

O EXEMPLO DA D.EDITE

Fiquei a saber que a Sra. D. Edite Estrela entende que uma mulher com o vírus HIV não deve dar à luz. Mais. Que uma criança filha dessa mulher não deve vir ao mundo porque poderá ter SIDA. Ou seja, essa mulher pode e deve recorrer ao aborto para interromper a sua gravidez, se quiser. Moral da história da D. Edite: os seres humanos portadores do HIV são menos pessoas que as outras. Estou esclarecido.

9 comentários:

Anónimo disse...

os intervenientes de um lado e do outro presentes no público estão muito acima dos membros do painel. Há um sr. doutor que quer discutir o assunto mas não diz a sua opinião e ficou enxofrado porque um membro do público também não quis emitir opinião.
Na Índia é proibido a um médico dizer aos pais o sexo do feto. Percebe-se porquê. Para Edite Estrela as mulheres portuguesas são menos levianas que as mulheres indianas. Ninguém se lembrou das minorias étnicas e culturais existentes no país.

f. disse...

joão, essa observação surpreende-me, vinda de si. não foi isso que edite estrela disse. aliás, curioso é que um membro do lado do não, a alexandra teté, tenha vindo certificar que a lei portuguesa já prevê a interrupção da gravidez em caso de infecção por hiv -- o que, parece-me, não é líquido. é conveniente que as causas não ceguem as pessoas e, sobretudo, que não as levem a insultar os outros na ânsia de fazer graçolas.

João Gonçalves disse...

Não me venha dizer que o "exemplo" da D. Edite foi "feliz". Se calhar foi e eu estava distraído. Todavia, se isso a conforta, para mim, o assunto do aborto está encerrado. Aliás, já pus um "ponto final" no blogue do não. Tudo o mais que se disser de um e do outro lado da barricada, será trivial e redondo. E, para assuntos redondos, confesso, não tenho paciência. Como a minha posição, neste assunto, é a mesma desde 1982, deixo o debate nas mãos dos fundamentalistas de cada lado da rua. Tenho tantos livros para ler em casa. E voto não, claro.

Anónimo disse...

O Sr. João ainda não percebeu. Pena.
O que se quer dizer e que eu concordo absolutamente é que:
- Infelizmente ainda não se inventou nem a cura nem a vacina para o HIV.
- Será justo para um ser humano ser condenado à nascença por uma doença ainda incuravel?
- Será justo para um ser humano ser condenado à nascença a viver sem os seus pais?
- Será justo para um ser humano ser condenado a viver em lares de acolhimento até uma hipotética adopção?

f. disse...

a edite estrela usou a infecção por hiv como exemplo para uma situação que a lei actual não prevê. não significa isso que as melheres com hiv não possam ou não devam engravidar ou, caso isso suceda, devam abortar. significa que se uma mulher com hiv que crê, caso tenha motivos para tal, que não deve ter um filho -- por exemplo porque o estado da infecção lhe faz crer que não poderá criar a criança -- não pode, se se interpretar à letra a lei em vigor, abortar. como não o poderá uma miúda de 15 anos que tenha engravidado (a tal a quem o joão considera que se deve interromper a gravidez, com par de estalos como brinde). ou de 16, ou de 17, ou de 18. não pode, ponto final. a lei em vigor, que o joão tanto aplaude e em honra da qual vota um ufano não, não permite isso. a não ser que a queira 'tresler', como fizeram os espanhóis e, aí, não estará em causa 'abortar a pedido', como dizia ontem a alexandra teté, até às 10 semanas, mas sim até às 12.

o debate não é redondo, joão: é um debate cansado (pelo menos pelo que me diz respeito). é um debate sistematicamente falseado, que discute muito raramente o essencial. e o essencial é saber que valores defende a lei -- a que existe e a que é proposta. alegar que se defende a 'vida' e defender que a lei actual está bem é um absurdo e uma contradição em termos, e não apenas porque isso significa não querer saber da vida ou das condições de vida das mulheres que abortam -- as que abortam de qualquer maneira e em qualquer circunstância, com o citotec a substituir as agulhas de crochet. não: a lei actual está muito longe de 'defender a vida intra-uterina'.
e por agora chega: voltarei ao assunto no glória.
quanto ao ter desistido do blogue do não, joão, pois. as monomanias são muito cansativas.

João Távora disse...

Eu não consegui escapar ao assunto por mais redondo e acabado...
Para mim deprimente por que fracturante e com uma inevitável marca de morte.
Espero que reconsidere.
Abraço.

Anónimo disse...

Mentes Hipócritas. Pessoal com mais de 45 nã vota, nã é preciso (os que ainda «p»odem maioritáriamente já nã querem nênê). Padres e freiras e afins tb não votam e bico calado, pois nã devem fazer uso na matéria por convicção, nã é? O sim torna este país mais legal (o sô Juiz tem mais que fazer, nã é?). Entretanto, aumentem o salário mínimo e acabem com subsídio de inserção e afins (empresa que não é capaz, fecha), tá bem queridos, promovendo esse desiderato é desabortar e resolver problemas (a pobreza só faz mal ao ego e ao País).

odete pinto disse...

Como não consigo alinhar no politicamente correcto, há para mim 2 prismas:
1. Zita Seabra expôs bem a "indigência" dos cuidados primários do SNS, nomeadamente no que respeita ao planeamento familiar.
(porque será que os jornalistas se esquecem de pegar neste problema?)

2. Uma jovem deficiente mental foi violada pelo pai e ficou grávida. O "vultoso problema" andou 8 meses pelos tribunais. Too late!

Vivo em Alfragide - a nordeste está a Cova da Moura e a sudeste o desgraçado bairro do Zambujal. O centro de saúde (!?) da Buraca é suposto servir toda esta população (Buraca e Alfragide).
Ali, planeamento familiar é um precioso eufemismo.

Unknown disse...

e as criancas filhas de maes com aids q nasceram sem aids?????.......pobrezinho,nem nasceu e ja confirmaram a aids no pobrezinho!!!..o ser humano e ignorante!