29.7.05

O BRAÇO DA D. MARIA JOSÉ

O Paulo Gorjão está "admirado" com o silêncio de Jorge Sampaio em relação aos "investimentos" do dr. Pinho e dos engenheiros Lino e Sócrates. Descontando a relevância que parece atribuir ao "manifesto dos 13" - estas designações "definidas" e de teor "histórico", "dos 13" ou "dos 18", divertem-me imenso e são a demonstração eloquente da nossa pinderiquice -, o Paulo tem razão ao perguntar pelo "supremo magistrado". Parece que anda embarcadiço nos Açores, com os reis de Espanha (ontem vi a D. Maria José de braço enfiado no braço da Rainha Sofia e pus-me a cogitar sobre o que iria na cabeça da real senhora, tratada em mar alto como uma mera "comadre" prazenteira: há coisas que em dez anos de protocolo jamais se aprendem). Vi-o murmurar qualquer coisa sobre a sua própria sucessão e "sugerir" que podia perfeitamente seguir o belo exemplo do seu antecessor, transformando assim Belém numa espécie de Dinastia Ming "socialista", uma "região demarcada" para "democratas" com pedigree. Mas adiante. Saiba o Paulo que Sua Excelência tem opinião sobre a OTA e, imagino, sobre os vitessse. E é de ampla concordância com a "teoria do investimento" que o governo anda por aí a vender. O que ele ainda não teve foi "ocasião" para a divulgar, mesmo que sob a forma "redonda" habitual e com uns números à mistura (Sampaio, ao contrário de Soares, gosta de dossiês). Para além disso, o que é que ele tem a perder? Não é ele quem paga. Ele é apenas mais um "visionário" feliz que nos imagina prósperos numa próxima encarnação. O melhor mesmo, no meio desta "loucura normal", ainda é o braço da D. Maria José carinhosamente enfiado no da Rainha de Espanha. Se calhar, e para nossa felicidade, devia ter sido sempre assim.

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