31.7.05

A MALDIÇÃO

Dei-me ao trabalho de ler a entrevista que Santana Lopes concedeu à revista Única do Expresso. Pode ser lida de trás para a frente, ou vice-versa, que o efeito é o mesmo. Tal como Lopes é o mesmo. Espremida, não vagueia por ali o que quer que seja de "ideia" ou de "projecto" políticos. É apenas um retrato menor de um ressabiado ex-futuro candidato a tudo e mais alguma coisa, arvorado agora em "patrulha" circunstancial de Soares contra Cavaco, com a "lebre" Marcelo estrategicamente colocada no meio. O resto são pequenos exercícios de vaidade saloia -"sou o político português com mais citações na Net" - ou de sublime provincianismo - veio directamente de uma reunião com Bush e Annan para Benfica, para estar uma hora com a antiga professora primária. No entanto, ele quer voltar a tropeçar na "história" que, assevera, lhe foi madrasta. Com um pouco mais de juízo e com o seu inegável talento político, Santana Lopes podia ser o que quisesse. Acontece que, nele, raramente o juízo e o talento coincidem. Essa é a sua maldição.

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