24.9.04

O PANTEÃO NACIONAL




A "democracia portuguesa" sabe honrar os seus maiores servidores. A Dra. Celeste Cardona, alguém que no eixo Lisboa-Burundi é seguramente reconhecida como um génio da política de justiça, viu os seus vastos méritos amplamente recompensados no púlpito da Caixa Geral de Depósitos. Esta veneranda instituição financeira que em condições normais não passaria honradamente disso mesmo, tem visto a dita "democracia" ornamentá-la com alguns dos seus ex-dedicados serventuários políticos. Pode até afirmar-se que o recorrente "arco constitucional democrático" se sublima simbolicamente na CGD. Só faltava o PP, uma injustiça em boa hora reparada por esta maioria, através da fantástica Dra. Cardona. À semelhança da CGD, outras instituições com idêntica filiação pública, acolhem no seu seio estes ex-mártires da sua causa, a supostamente "pública". E nós todos, agradecidos, limitamo-nos silenciosamente a pagar. Pelos exemplos, dir-se-ia que, afinal, a "classe política" vale mais pela sua vida póstuma do que pela que leva no "activo". Deste modo a "democracia portuguesa", propriedade exclusiva do "arco" partidário agora alargado ao PP, tem na CGD, e para sua perpétua tranquilidade, um panteão.

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