23.9.09

TERRESTRE

Uns procuram ramas de ouro.
Outros, filões de púrpura unindo
sono a sono. Há quem estenda os dedos para tocar
as queimaduras no escuro. Há quem seja
terrestre.

Herberto Helder, Flash


«Se quiser acabar com o governo PS de José Sócrates, só há uma maneira. Votar no PSD. Se não quiser, há várias maneiras de o manter em funções. Pode votar no PS, no CDS, no PCP, no BE, no MEP, não votar, votar nulo, etc, etc... O voto no PSD não é um voto útil, é um voto utilíssimo. Depende do que quiser, claro. É uma escolha, responsabilidade de cada um.» (
José Pacheco Pereira, Abrupto) É tão simples. Terrestre, como nas palavras de Herberto Helder.


8 comentários:

Garganta Funda... disse...

Neste momento a RTPN está a transmitir um tempo de antena «sucialista» com vista a liquidar moralmente o PR.

Convidaram para o alegado "debate" uma curiosa coligação socretina: o CAA, um proto-liberal do paleio fiado; a Joaninha do BE e o inenarrável Rangel.Todos a zurzir no Cavaco e na MFL.

*Curiosamente - e considerando o vasto leque de partidos, desde os parlamentares aos pequenos partidos, incluindo o enigmático MEP e o histriónico CDS - só o camarada operário Jerónimo de Sousa é que veio defender a DrªMFL do anátema salazarista que os socretinos lhe querem ferrar.

Nesta campanha do "vale tudo" é digno de registo a existência de politicos (muito poucos) para quem a dignidade, a urbanidade e a honra não são palavras vãs.
Daqui cumprimento o Sr.Jerónimo de Sousa por não embarcar na maior campanha de manipulação eleitoral que há memória, muito mais profissional e perigosa que a "fraude" pré-eleitoral e eleitoral de 2005.

Ah, pois é...- disse...

Cito uma boutade de belmiro, há pouco entrvistado na sic: "francisco louçã lembra-me o vasco gonçalves "vestido" de bispo macedo."

De facto....

Mani Pulite disse...

Em Abril de 1975 as primeiras eleições foram realizadas debaixo da maior pressão,chantagem,intimidação e tudo o mais que se possa dizer por parte da chamada esquerda revolucionária.O Povo aguentou e no dia das eleições deu-lhes a resposta.Em vez da anunciada vitória estrondosa da "Revolução" o PC lá conseguiu sobreviver eleitoralmente e o resto desapareceu do ponto de vista eleitoral.Depois de 1975 estas são as eleições realizadas em Portugal que decorrem em condições mais semelhantes às de 1975.Muita dessa esquerda revolucionária de então está hoje no PS ou no BE,mais velhos 35 anos mas com a mesma falta de juízo.Esperem pela pancada de 27.9.O Povo,que não é parvo como sempre julgaram,aguentou,aguentou estes 4 anos,mas agora vai julgar-vos implacavelmente.De toda a campanha há só uma pessoa que se destaca pela dignidade,sinceridade,simplicidade,honestidade,vontade de fazer e de tirar Portugal da fossa onde os Socialistas o enterraram.Chama-se Manuela Ferreira Leite,tem 70 anos e uma longa carreira de trabalho atrás de si.Confio nela e não tenho a mais pequena confiança em Sócrates.Não quero Sócrates como Primeiro Ministro de maneira nenhuma.Voto em Manuela Ferreira Leite como futuro Primeiro Ministro de Portugal.

zé sequeira disse...

Todos, mais ou menos, adivinhamos o destino que vai ter a Qimonda: Igual ao da Bombardier, ou seja, "ir com os porcos". Hoje o assunto devia ficar resolvido, só que a Administradora de Insolvência, pediu para as coisas ficarem resolvidas... só para a semana. Gato escondido com rabo de fora. No entanto o esquema é tão claro que só não vê quem não quer. Aguardemos.

Afonso disse...

Caro Gonçalves, a falta de argumentos é tão gritante no PSD que na falta da asfixia vem o "somos melhores porque sim". Não chega! Durante 4 anos o PSD desfez o novelo, mostrou-se ao país como um partido de algumas família bem, bem colocadas no pós-25 de abril graças ao Cavaquismo. Mas isso, apenas garantiu o sucesso de alguns patos-bravos da construção civil e nada mais. Meu caro, eu sei que o Gonçalves é um tipo honesto na sua ideologia. Mas o constante recurso ao insulto e à suspeita bacoca para com os seus adversários que toma por inimigos a abater, algum dia lhe havia de cair na cabeça. Está desiludido com a revelação de que afinal Cavaco não é um santo austero, talvez já soubesse, mas, ainda, veja o seguinte: o prolblema com a situação do Cavaco não é para nos desiludirmos com os ganhos que deixamos de ter, não, ao invés, é um verdadeiro atentado à nossa democracia como foram o BPN e o BPP. Não quero ser injusto, mas hoje, o homem comum olha para o PSD e manda: diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és, ou, à mulher de Cesár não basta ser séria, tem que parecer...O discurso da verdade tem um cunho Salazarista, nega? Foi uma aposta que o PSD tomou como demagógica o suficiente para encanar a perna à râ do povo incauto, mas, a maioria silenciosa do povo, não se deixa levar por discursos desses, já não deixa... Os meus cumprimentos e saudações calorosas.

Isabel disse...

Se o pior acontecer,muito se "agradecerá" à infame política de Educação que vamos tendo. Sou professora do Secundário e o único crescendo que tenho observado é o da ignorância nos jovens, apesar do esforço dos professores ,que, no pouco tempo livre entre burocratices lhes tentam ensinar qualquer coisa. Legiões acríticas e formatadas por programas imbecis e politicamente marcados, embora de forma por vezes subliminar.Que Deus valha a este triste país, onde ainda se acredita na existência dos " valores de esquerda" como no Pai Natal.

M. Abrantes disse...

A proposta de P.Pereira é muito simplista. Enquadra-se no esforço mínimo com que o PSD encarou esta campanha.

O PSD assumiu, erradamente, na minha opinião, que o desastre governativo socialista seria tão evidente para quem quisesse ver e ouvir, que o governo tombaria de podre nas eleições legislativas, bastando para isso que o(a) líder do partido, sem grande esforço, virasse o polegar direito para baixo.

Só que até da palha é possível fazer armas de arremesso. Enrola-se em bolas, pega-se-lhe fogo e atira-se contra a concorrência. Foi isso que o PS fez do quase nada que resultou do seu governo.

Na falta de um ataque cirúrgico a cada um dos suspiros de governação socialista, com a contraposição das falhas e de alternativas claras [onde esteve a máquina política do PSD?], reina agora nas pessoas um ruído que tudo abafa e confunde, do qual sobressai, naturalmente, quem já detém o poder [mesmo que tenha os pés numa rocha fria, ínfima e cortante, o náufrago resiste a saltar para o mar turbulento].

Obviamente demito-o disse...

Em condições normais o desastre da governação com maioria absoluta de 4 anos a somar a uma presidência da república cooperante seria mais que suficiente.
Infelizmente os mesmos nos media responsáveis por "vender" ao público que a dissolução da assembleia da república com uma maioria governativa estável e eleita tinha sido uma "boa decisão", e antes disso, caracterizava, diariamente, um governo que se manteve um par de meses no poder, como absolutamente o pior desde o 25 de Abril, após tudo isso estar consumado, continuaram o seu trabalho e aprofundaram-no. Nem considero que a influência de determinado partido político em redacções e chefes destas seja determinante: uma tirada como a da "viúva alegre" diz bastante por si só e como caracteriza a classe em si, indo além de quaisquer pagamento de favores ou influências.
E o resultado é para o português médio (que só lê os desportivos e folheia os diários uma vez por outra, compensando vendo muita tv) este quase não ter indícios de terem sido 4 anos desperdiçados e deitados para o lixo. Depois no outro extremo, da exaltação e propaganda, esta é servida a rodos e faz o resto. Seguidamente se há desagrado com este governo, os votos acabam por gravitar para o BE.