2.2.09

"BLOODY FOREIGNERS"


No Reino Unido, os trabalhadores domésticos de umas refinarias não querem portugueses e italianos a sonegar-lhes os postos de trabalho. Chamam-lhes "bloody foreigners" (malditos estrangeiros). O dr. Amado já veio protestar com a tradicional conversa da xenofobia: que não é permitida na UE e coisa e tal. Experimente o dr. Amado ir dizer isto aos ingleses inseguros ou, fosse o caso da coisa se passar cá, aos nossos. A falência do "sistema" que resultou dos arranjos políticos, financeiros e económicos decorrentes do fim da 2ª guerra mundial também passa por "números" como este. Aliás, a sorte do "sistema" é que, apesar de demasiado retóricas, as democracias estão relativamente bem implantadas, pelo menos no espaço europeu. Mesmo assim, nada garante que outra coisa não cresça na sombra contra o descalabro geral em curso. Ou seja, que o derradeiro refúgio dos desesperados seja, por exemplo, o nacionalismo e assim sucessivamente. Como em 1914 em Sarajevo. Como em 1932 na Alemanha.

4 comentários:

Anónimo disse...

"The liberal ideal only bespeaks an ultimate condition. But for that very reason it must break down with every new beginning [...]The Liberal era was one of domination by abstract, externalized concepts - the program, ideas of equalization, impersonal objects; the living man was pushed out of the picture as never before. In order to break through that crust of petrified objectivity, he had to assert himself with primitive, primordial force.

Hermann Keyserling, Europe

Unknown disse...

A procissão ainda vai no adro - e a prova de fogo, mas a sério, vai dar-se quando, e se, a " vocação" dos States para o isolacionismo se concretizar.

Nuno Castelo-Branco disse...

Exactamente, João. Para o pouco auspicioso acontecimento, há que encher a despensa para dias de confusão na rua. Ou então, um saco de pipocas e assistir pela tv.

Anónimo disse...

Estou de acordo. Mas também é interessante a semelhança, em alguns aspectos, com o que aconteceu no esboroar do Império Romano.

Dá a ideia que eles (os nossos "líders") não aprenderam a lição; ao escolhê-los, nós também não.

Parece vir por aí, outra vez, a lei do mais forte (no sentido do músculo, do mais selvagem). Talvez seja avisado começar a fazer musculação, aprender artes marciais e a usar uma arma.