Ao passar num quiosque, reparo que Ricardo Costa, um dos mais proeminentes "jornalistas" do regime, vai "circular" dentro da galáxia Balsemão. Passa da SIC para adjunto do Expresso onde já lá está outra notabilidade, íntima do poder, o do laço. Talvez por isso seja oportuno recordar as palavras de Ramalho Ortigão em 1873, nas Farpas, enviadas por um leitor amável.
«A Imprensa de Lisboa não tem opinião. Aqueles que dos seus membros que por excepção pressentem as ideias próprias, vivas, originais zumbindo-lhes importunamente no cérebro, enxotam-nas como vespas venenosas. É que a missão do jornalismo português não é ter ideias suas, é transmitir a ideia dos outros. Por tal razão em Lisboa o homem que pensa não é o homem que escreve. O jornalista nunca se concentra, nunca se recolhe com o seu problema para o meditar, para o estudar, para o resolver. Nunca procura a verdade. Procura apenas a solução achada pelo público dele, pelo seu partido político, pelos consócios do seu clube, pelos seus amigos, pelos seus protectores (...). O jornal não é uma fonte de crítica, de análise, de investigação (...) O jornalista é o aguadeiro submisso e fiel da opinião. Não dirige, não a corrige, não a modifica, não a tempera(...). A Imprensa periódica é simplesmente o cano.» Esgoto, acrescento eu.
9 comentários:
Não me faça rir, João. Até um ultra do pessimismo como você, concordará que seria muito pior se todos eles desatassem, num repente, a pensar, a meditar, a arfar, a gritar soluções. Pôrra! Que susto
Gosto muito de ler, mas nem tudo leio. E a fobia a certos livros, a certos jornais e a certas revistas não assenta no facto de não querer ler o que é contrário às minhas ideias.
Aceito afirmações contrárias ao meu pensamento, desde que constituam verdades indesmentíveis, apresentadas com toda a clareza, única e exclusivamente em português de Portugal.
E, por isso, toda a publicação que dá guarida a escrevinhadores que escamoteiam a verdade, para benefício das suas ideias, de quem lhes paga ou do grémio político a que estão de qualquer forma ligados ou lhe dá benesses, é metida de imediato no meu index.
Tal atitude leva a que só leia publicações que constam do meu index quando vêm às minhas mãos gratuitamente.
Faça a maior parte dos portugueses assim e verão como a comunicação social vai ao sítio. E deixa de enganar.
Não adianta protestar; é preciso agir.
Todos se queixam da pouca vergonha com os preços dos combustíveis. Mas queixar não serve para nada.
Tenho feito boicote aos combustíveis da Galp, da BP e da Repsol.Com tal atitude procuro dar a necessária lição a quem comanda estas empresas e à cambada política que deixa correr e nada faz, porque tem combustíveis de graça.
O meu procedimento parece-me ser merecedor de citação até porque a 100 metros da minha residência há um posto da Galp que deixei de utilizar.
Outro tanto se passa com tudo aquilo que seja manifestação da cultura brasileira.
Na esteira do procedimento imbecil, ganancioso de alguns fidalgos(?)de 1580, alguns portugueses,actualmente, única e exclusivamente para seu governo de vida, alienaram parte do património cultural deste país: a língua pátria.
Os portugueses precisam de se convencer, de uma vez por todas, que nada de bom podem esperar da corja política.
Só a sua acção conjugada pode resolver os inúmeros problemas que os afligem.
Ricardo Costa do regime? De qual? Só se for do de El-Rei Dinheiro!
Há uma dúzia de anos, mantive no PÚBLICO, durante dois ou três meses, um espaço em que publicava diariamente uma prosa das "Farpas" que tivesse relação (e tantas a tinham) com o momento político de então. Como Eça ou Oliveira Martins, Ramalho, que já conhecia mas frequentei exaustivamente por causa dessa selecção de textos, é pleno de actualidade.
O estado de degradação a que chegaram os nossos jornais é razão bastante para não se comprarem. Salvo algumas excepções honrosas, que as há, o jornalismo que se pratica é não só medíocre como enfeudado a interesses políticos e económicos. A cultura praticamente desapareceu e da vida internacional pouco se lê para além dos grandes escândalos ou das catástrofes naturais ou provocadas pelo homem. E do futebol, quase me esquecia.
A memória, indispensável no jornalismo como referência do tempo, "esse grande escultor" no dizer de Marguerite Yourcenar, desapareceu porque os jovens jornalistas tudo ignoram do passado. E há ainda aqueles, alguns, que querem publicar certas peças e não os deixam alegadamente por falta de espaço ou de falta de articulação com o projecto editorial.
Vive-se hoje um regime de censura encoberta (por interesses económicos) pior que a censura legal (por interesses políticos) do lápis azul do Estado Novo. Já que é o dinheiro que tudo quer, tudo pode e tudo manda!
MINA
A imprensa que tanto critica o que se tem passado, é o principal sustentáculo deste ciclo de infernais tropelias e vigarices. Para isso, basta ver quem são os donos da dita. Não querendo exagerar, por vezes sinto-me tentado a considerar os blogs mais interessantes e credíveis que aquilo que os escribas-mercenários dão à estampa, justificando as páginas e páginas de publicidade. Não compro jornais.
Eadem, sed aliter.
Ricardo Costa tem-se revelado o comentador conveniente do poder socialista. Quando não é possível uma reacção de imediato do Vitalino ou Santos Silva - só se trablhassem mesmo na SIC -, lá está Ricardo Costa em estúdio a dar o tom da resposta socialista. Muitas vezes me interroguei se RC era jornalista ou o vitalino de serviço. O alinhamento da SIC com o governo socialista teve como consequência a crise que a estação está a viver. Aos fretes ao poder socialista, promovendo o ataque sistemático aos seus adversários ou iludindo os portugueses quanto às falhas da governação, são o dia-a-dia da SIC. MFL é uma vitima dessa campanha sistemática. Não há semana em que um conjunto de comentadores(?) arregimentados vão dizer banalidades sobre líder do PSD. Agora, no Expresso, se este jornal já era pouco isento, com o regresso do RC é que irá virar folha da propaganda socialista. Será sempre o dinheirinho do Dr. Balsemão a pagar os interesses pessoais de gente pouco dada a escrúpulos jornalísticos. Não estão a ali para os ter.
Senhor Nuno Castelo-Branco, já somos dois.
E o que é preciso "é avisar a malta", para que o número aumente cada vez mais até os mandaretes jornalisticos aprenderem a lição.
Esses pseudo jornalistas estão lá porque o BalseBosta quer,e o resto é conversa.A Impresa afunda-se mas salve-se o BPP com toda a boa vontade do Só-cretino e um novo Chairman socialista.Em 75 a Banca foi Nacionalizada.Em 08 está a ser Maçonarizada.
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