«E Zaratustra se deteve e reflectiu. Finalmente disse, turbado: "Tudo se tornou mais pequeno!" Por todo o lado vejo portas mais baixas: quem é da minha espécie pode passar ainda por elas, sem dúvida - mas tem de se curvar! (...) Caminho através deste povo e mantenho abertos os olhos: tornaram-se mais pequenos e tornam-se cada vez mais pequenos (...) Redondos, justos e bondosos são uns com os outros, assim como são redondos, justos e bondosos os grãozinhos de areia entre si. Abraçar modestamente uma felicidade - a isto chamam eles "resignação"! (...) No fundo, o que mais querem é simplesmente que ninguém lhes cause dano... Virtude é para eles o que os faz modestos e mansos: com isso converteram o lobo em cão, e o homem no melhor animal doméstico do homem.»
Friedrich Nietzsche, Assim falava Zaratustra
7 comentários:
FABULOSO!
Nada como começar o dia, vendo as coisas como elas são e chamando-as pelo nome.
ps, pm e desgoverno
desorientação e desespero:
ministros da educação e finanças ao nível da Papua.
ironia de MFL
"ninguém dá pontapés num cão morto"
iliteracia e acédia
radical livre
Olhe João, nunca concordei com o Nietzsche na parte em que o "homem é o melhor animal doméstico do homem". E de cada vez que vejo pelas ruas, damas e cavalheiros, passeadas pelos cães, vigiando atentamente a cagada do bicho, para logo recolherem e ensacarem o cocózinho, fico com uma vontade Nietzcheana de vomitar. Não João. Definitivamente o homem tornou-se o melhor animal doméstico do cão.
Hummm... não estou a ver bem... o que pretende é que esta peçazinha seja uma metáfora do Portugal de hoje?? Olhe, se é, perde tempo, porque não é uma metáfora, é, por assim dizer, um texto... jornalístico. Fiel, rigoroso, só peca por não citar fontes, porque, mesmo que o autor da peça, que deve ser um conhecido jornalista internacional, talvez da New Yorker, porque esses gajos é que escrevem assim, deveria saber que os leitores portugueses gostam muito de uma fontezinha citada a preceito, tipo, segundo fonte oficial da presidência(hahuhe)..., obteria uma distinta credibilidade. Assim não, assim é só um jornalista estrangeiro e querer estragar a vida ao José Sócrates. O gajo, esse tal de Friedrich Nietzsche, que deve vir lá das américas, chega a Portugal e desata a escrever mal do país que o deve ter recebido de braços abertos. É por estas e por outras que eu não gosto de jornlaistas americanos, são uns arrogantes incultos!
E cada vez mais há quem se sinta confortável no papel de animal doméstico. Apenas se nota um pequeno sobressalto quando o rebanho bale por mais umas migalhas quando entende que a ração dada pelo dono não é suficiente.
As más notícias é que a ração disponível será cada vez menor enquanto que o rebanho tende a aumentar. No rebamho, os maiores comerão primeiro e comerão mais. Para os pequenos sobrarão cada vez menos e menores migalhas.
As palavras sábias são sempre actuais.
O rebanho continua a definhar: a comida é escassa e a ordenha violenta. Os donos do curral, esses, não param de engordar.
Enviar um comentário