Parece que o procurador-geral da República se transformou, por assim dizer, num tema "fracturante". A pusilanimidade, quer a do próprio, quer a do poder político, também ajudou. Souto Moura, convém recordar, foi escolhido para o cargo por um triunvirato político constituído pelo dr. António Costa, à altura ministro da Justiça, pelo engº Guterres, primeiro-ministro, e pelo dr. Sampaio, presidente da República. Passaram os tempos, os ministros e os primeiros-ministros e ficaram os drs. Souto Moura e Jorge Sampaio. A actual maioria, virtuosa respeitadora da moderação institucional, decidiu - presume-se que de acordo com o referido Jorge Sampaio - manter Souto Moura. Souto Moura, muito legitimamante, decidiu manter-se a ele mesmo. Joga-se agora, com a maior das hipocrisias - também "institucional" - para cima dos candidatos presidenciais o tema "Souto Moura". Até o moralista Louçã admitiu que se deve ajudar o PGR a terminar com dignidade o seu mandato. Existe - e o país não tem nada com isso - uma questão mal resolvida entre o PS e o dr. Souto Moura. Do seu exílio parisiense, Ferro Rodrigues manifestou-se interessado em prolongar a telenovela. A vingança continua a servir-se fria. Nestas peripécias altamente prestigiantes para a "justiça, ninguém sai bem. Haja o que houver, passou o "tempo" para "este" poder político ter actuado. Ou para Souto Moura se ter demitido. As coisas são o que são e o Ministério Público não tem forçosamente de ser melhor do que a generalidade do país. Estão, em certo sentido, muito bem uns para os outros.
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