5.8.05

"A VELOCIDADE DE IGNIÇÃO"

António Costa acordou finalmente da letargia estival que o vinha a atingir. Falou em "mobilização" das populações- coitadas -, já que os famosos "meios" clamorosamente não chegam para combater a desgraça. Depois mandou-nos "vigiar as Ignições" (sic) e "apoiar o combate". Concluiu com a habitual "teoria da comparação" a qual, como é notório, é de grande ajuda e conforto para os autócnes: "Mesmo em condições objectivamente negativas, neste ano, com muito mais ignições do que no ano passado, há felizmente muito menos área ardida do que em igual período de 2004. Tem havido melhor vigilância e capacidade de resposta, por isso tem ardido menos". Resumindo a coisa às "condições anómalas de velocidade de ignição", um novo jargão para tapar o buraco negro em que anualmente se atola a prevenção de fogos, António Costa, à semelhança dos seus imediatos antecessores, não consegue passar do trivial. Ora o trivial, mesmo com uns termos "técnicos" à mistura apenas para impressionar os imberbes, não resolve um problema ao ministro. E, não resolve, o que é pior,ao país.

2 comentários:

Anónimo disse...

Claro que há menos área ardida este ano, o que me espanta é que ainda haja área para arder.

kelly disse...

o presidente da autoridade nacional para os incêndios florestais está à espera que a velocidade de ignição resolva o problema de uma vez por todas: com o fim das árvores, chegará o fim dos incêncios