É confrangedor, e digo isto para não ser indelicado, ver confirmadas pelo próprio as piores expectativas em relação à "autoridade nacional de combate aos incêndios florestais". De facto, o General Ferreira do Amaral, numa curtíssima entrevista ao Expresso, explica delicadamente a função ornamental da sua "autoridade". "Eu estou aqui para dar apoio moral", para "sensibilizar" e para "motivar", diz candidamente o General. Pelo meio, confessa que não tem nenhuma "estrutura" ou "meios" que ultrapassem um patamar meramente risível. Pelos vistos, o General só serve para "aparecer" e para dar umas pancadinhas nas costas aos comandantes de bombeiros e a estes, correndo, mesmo assim, o risco de se tornar num estorvo. O Estado, cujo crédito anda pelas ruas da amargura nesta matéria, permite e alimenta esta estranha ficção à qual nós apenas assistimos, impotentes e pagantes?
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