11.8.05

A OTA CONTINUA! - 3

Mário Lino, visivelmente incomodado com as perguntas que lhe têm sido dirigidas acerca dos "estudos" sobre a OTA e o TGV, decidiu responder com um artigo no Diário Económico. Segundo Lino, a decisão de construir o novo aeroporto internacional na Ota está suportada por um estudo de impacto ambiental elaborado em 1999. Foi, então, por essa altura que "se realizaram diversas audiências públicas e sessões de trabalho, foram distribuídos milhares de folhetos informativos e enviados relatórios e informações para numerosas entidades" e que "os dados e informações estiveram à disposição para consulta na Internet do IPAMB- Instituto de Promoção Ambiental e Direcção-Geral do Ambiente, entretanto substituídos pelo Instituto do Ambiente. Terá sido "na sequência deste processo de avaliação de impacte ambiental que o XIV Governo tomou a decisão de prosseguir o desenvolvimento do processo relativo à construção do novo aeroporto". Finalmente os projectos da OTA e TGV "foram escolhidos pela sua importância, dimensão e visibilidade" e destinam-se aparentemente a combater "o clima depressivo criado no país desde 2002" e "a dúvida [criada] na sociedade portuguesa e na sua ambição e capacidade para ultrapassar as actuais dificuldades". Os responsáveis por estas aleivosias, ainda segundo o ministro, são aqueles que, com "falsidades, deturpações e demagogias", tanto têm criticado tão sublime opção. Em matéria de "demagogias", estamos conversados com Lino depois deste artigo. Vir falar num "estudo de impacto ambiental", de 1999, como o grande suporte para estas aventuras, é politicamente pobre e cai "ao lado" do essencial. Apesar desta prosa infantil e retorcida, Mário Lino não consegue explicar a indispensabilidade da construção de um novo aeroporto, quer em termos de estratégia do nosso crescimento económico, quer em termos puramente "promocionais" para o país ou mesmo em sede de "ganhos" da célebre competitividade. Não se fazem obras deste teor para resolver problemas "psicológicos" ou como "terapia de grupo" contra a "depressão nacional". Para isso já tivemos a Expo, o Euro 2004 e as Polis tão caras ao eng. Sócrates. Nenhuma dessas fantasias resolveu nada. A depressão, como a loucura, continua.

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