Vale a pena ler este post desencantado do Paulo Gorjão e um outro "realista" do José Pacheco Pereira, também mencionado pelo Paulo. A recorrência a Sá de Miranda, pedido o verso emprestado num contexto diverso, manifesta a minha inquietação pelo estado de um país que arde fisica e eticamente há, pelo menos, quatro anos ininterruptos. O rádio do carro fala-me de trinta fogos e de cerca de três mil bombeiros exaustos no terreno. Os bonzos do regime - estes ou quaisquer outros - vivem noutro horizonte, encerrado em corredores estreitos, ambíguos e negocistas onde vale praticamente tudo menos o país. Não é por acaso que a "galáxia" Portugal Telecom está de novo na "moda" pelas piores razões. Ou a CGD. Ou um banco privado. Como lembra com amargura e graça um amigo meu, estamos sempre a esbarrar com "os nossos piolhosos, como dizia o incompreendido D. Carlos, quando as razões de Estado o obrigavam a trocar as putas de Paris por esta choldra ingovernável". Onde pára o dr. António Costa, uma das maiores decepções políticas deste governo e, supostamente, uma "mente brilhante"? Que faremos quando tudo arde?
Sem comentários:
Enviar um comentário