Eu votei em Sócrates e, por isso, tenho o direito a ser exigente. Sobretudo por não pertencer à trituradora partidária que, em devido tempo, o há-de liquidar. O Rui Costa Pinto já disse o essencial. Não esperava - e muito menos depois da "teorização política" da "vítima" efectuada com o sucesso que se conhece por Santana Lopes - que José Sócrates caísse na armadilha de vir falar das suas férias. Não percebo que ele não queira perceber o alcance puramente político da peripécia. Não gostei de o ver falar dele próprio, naquele inconfundível look de "betinho" irritado, a partir de um centro operacional de gestão do combate aos incêndios e das suas devastadoras consequências. Sócrates não se podia esquecer que os principais destinatários daquela arenga eram - e são - as verdadeiras e únicas vítimas. Ele não é seguramente uma delas. Não foi por ter "aparecido" menos de 24 horas depois de ter regressado que Sócrates "apagou" os efeitos da sua ausência "política". Se os seus conselheiros ou o seu gabinete não servem para lhe explicar coisas tão elementares como estas, para que é que eles existem?
1 comentário:
O Sócrates falou das férias, porque os jornalistas lhe perguntaram. Aliás, os jornalistas só lhe perguntaram parvoíces e nada de substancial. A resposta dele foi a óbvia. O ar irritado (nem achei), como você diz, fazia sentido perante a estupidez dos jornalistas e perante a demagogia que a direita (e pelos vistos alguma esquerda) exibiu, exigindo que ele interrompesse as férias, com total desrespeito pelo MAI e PM em exercício. Você, tal como eu, tem todo o direito (e o dever até) de ser exigente, mas caso haja falhas importantes, e não demagogias sem sentido. Até agora, não vejo nada em que o governo tenha falhado. Se quiser, posso conceder o caso do Ministro das Finanças, mas apenas porque acho que Sócratyes deveria ter percebido que Campos e Cunha não tinha fibra política para as funções, tal como se veio a demonstrar.
Enviar um comentário