A IMAGEM
Os inspectores do SEF anunciaram uma greve para a altura do Euro. Os polícias ameaçam protestos para o mesmo momento. Este fim de semana já apareceu uma pequena vaga de incêndios. Etc, etc. Estas coisas ocorrem no muito vulnerável sector da segurança pública e da protecção civil, sob as juras aparentemente preocupadas de todo o governo. Certo é que, tirando umas inócuas reuniões e uns inúteis congressos, nada praticamente foi feito para a "prevenção" em matéria de incêndios. A sua "época" anuncia-se uma vez mais gloriosa, com Figueiredo Lopes a continuar despreocupadamente a passar ao lado. Excelente "imagem". Já Arnaut, o ministro do Euro, diz não acreditar que nenhum português queira pôr em causa a "imagem" de Portugal, isto a propósito das "ameaças" dos homens das forças de segurança e equiparadas. Para ele, eu devo ser um "mau" português, já que me estou absolutamente nas tintas para o Euro 2004. A cepa da entourage de Durão Barroso é constituída por gente da estirpe de Arnaut, uma "promessa" que alcançou o estrelato ministerial quando o mais elementar bom senso aconselharia a que não passasse da porta de um gabinete governativo. Nada disso: é nas mãos "dele" que repousa politicamente o grande evento do ano. Lidas com maior atenção estas e outras declarações em torno da "imagem" do País, por causa das três semanas de futebol e de um espectáculo de rock, por um lado, e olhando à crua realidade, por outro, fica-se com a sensação que é completamente irrelevante que as coisas funcionem verdadeiramente ou não. O que importa é que "pareça" que funcionem, pelo menos enquanto durar o circo. Aquilo a que chamam "imagem" é, em registo débil, o "fazer de conta". Sinto que alguns membros do governo ainda não se aperceberam da imagem desgraçada de que disfrutam no País, justamente por causa do "faz de conta". E não tenho a certeza de que o primeiro ministro já tenha captado, do "conjunto", esta bela "imagem" que começa a confundir-se com a sua.
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