CRÓNICA DE UMA CANDIDATURA ANUNCIADA
Não tem manifestamente os dotes do pai, embora faça uso regular da "frontalidade" familiar. Encarou com soberba a sua "obra" municipal e julgou que, sem praticamente se mover, o eleitorado de Lisboa, agradecido, o reconduziria. Perdeu mais pelo desdém e pela indiderença com que encarou a campanha autárquica, do que por um qualquer julgamento negativo do seu desempenho. Fechado esse ciclo, ele próprio começou outra vida e quer agora regressar ao "combate" através de uma candidatura a secretário-geral do partido, a que finalmente deu letra de forma. O impulso que levou João Soares a ser desta vez mais claro é igualmente claro. Soares já percebeu que o conluio para substituir Ferro Rodrigues o ultrapassa. Apesar de não ter "tropas" como Coelho ou Sócrates, ou mesmo um Costa em fase de "desferrização", João Soares joga o seu eterno voluntarismo para cima da mesa. A altura. no entanto, não podia ser a pior. O PS não pode perder-se no seu umbigo e tem que falar à Nação, e já nas eleições europeias. Ferro tem aguentado estoicamente tudo isto. Até algumas diatribes deste blogue e dos seus próximos. Dada a grande probabilidade de ficar à frente nestas eleições, eu, se fosse a ele, antecipava o congresso para uma data qualquer imediatamente posterior ao voto. Porque a seguir vem o tal "ciclo eleitoral" que só termina nas legislativas de 2006, e o País precisa de saber qual é o rosto definitivo do PS para enfrentar um Barroso mal acompanhado e mal amado. Dê lá por onde der, e por muito que lhe custe, dificilmente esse rosto será o de João Soares.
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