29.3.04

CRIANÇAS... NORMAIS?

Não imaginei que voltaria a falar de Villas Boas. Ainda há bem pouco tempo, por causa de adopções de crianças por casais não heterossexuais, a criatura disse coisas fantásticas, impróprias para a sua formação e para as funções institucionais que desempenha, apesar de, nesta matéria, estar muito bem acompanhado pela generalidade da Pátria (ver o "post" O "Natural" aqui). Na semana que passou, rejeitou a hipótese de crianças portadoras de HIV poderem ser admitidas no "seu" Refúgio Aboim Ascensão. Segundo ele, o Refúgio destina-se a "crianças normais". Instado sobre isto, Bagão Félix, como é seu farisaico costume, desvalorizou, dizendo tratar-se de um mero "episódio" circunstancial que a "obra" de Villas Boas supera claramente. Eu não discuto a "obra" do senhor, certamente generosa e competente. O que considero insustentável é que Villas Boas faça constantemente da discriminação o seu verbo. Alguém meta na cabeça da criatura que a utilização do termo "normal", nestas matérias, é perigosa e tem como contraponto, pelo menos, o "anormal". Por causa da sua formação, Villas Boas deve ter lido Michel Foucault. Não aprendeu nada. Por mais quanto tempo é que vai ficar à frente da instituição que, na sua cabeça, dirige para "normais", e que é para servir crianças?

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