1.8.03

UMA QUESTÃO DE POSIÇÃO

O CDS/PP é uma coisa que não deve ser confundida com o Centro Democrático e Social, fundado em 1974, e que contava com dirigentes como Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Francisco Lucas Pires ou mesmo Krus Abecassis. Fosse por morte, fosse por pura debandada, a geração fundadora foi desaparecendo, dando lugar à nova toponímia- PP - e aos respectivos próceres, capitaneados, primeiro por Monteiro e Portas e, depois de varrido Monteiro, só por Portas. Psicanaliticamente, o "eu fico" começou ali. Se os atentos a estas coisas bem se lembram, o sinuoso percurso da nova entidade PP, deu praticamente para tudo, designadamente para ajudar Guterres contra o PSD e para evitar que Cavaco chegasse a Belém em 1996. As contradições de Monteiro e a ambição faraónica de Portas, conduziram à separação e à invenção da teoria do "braço direito". Longe dos bons tempos da solidão maioritária de Cavaco, o PSD, primeiro com Marcelo, e depois com Barroso, começou a ensaiar o transporte de Portas "às cavalitas". De facto, quando Barroso, num congresso qualquer dos muitos que Marcelo fez, lhe disse para não lhe pedir que andasse com o "Dr. Portas às cavalitas", estava longe de imaginar a que dorso ele se iria encostar. Com as últimas eleições legislativas, Barroso decidiu mesmo "preocupar-se com o pequeno partido à sua direita", fazendo "tábua-rasa" da melhor "doutrina " cavaquista. É, pois, esse CDS/PP que está no Governo da Nação, e que tem distintos militantes como o Sr. Silvio Cervan. Este, numa entrevista a O Independente, diz o seguinte: Maria José Nogueira Pinto é um dos nossos melhores activos. Eu espero que a entrevista continue para a semana. É imperioso que Cervan revele quem são os passivos e, já agora, os versáteis. Afinal, é tudo uma questão de posição.

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