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Um canal francês de televisão quer juntar políticos com famílias "vulgares" e banais, durante uns dias, e fazer disso um programa. Pronunciaram-se uns quantos políticos franceses sobre a hipótese, quase todos torcendo o nariz ao espectáculo. A melhor posição é a do Sr. Le Pen, a sério. A notícia vem acompanhada- sabe-se lá porquê- por uma foto do Dr. Portas afagando uma velhinha com ar de quem definitivamente não vive na Lapa. Vivemos tempos de quase total eclipse da política, no sentido nobre e clássico do termo. Os protagonistas são vulgares, indiferentes e desinteressantes. As questões que os movem são meras peripécias ou leviandades, umas inócuas, outras a provocarem consequências devastadoras. Não há em parte alguma grandes líderes. Em muitos casos, nem à altura do "homem-comum" conseguem estar. Se este programa andar para a frente, qualquer dona de casa obscura, casada com um contabilista rotineiro e maçador, ou uma camponesa com burro e cão, arriscam-se a ter mais sucesso mediático do que o "político" que lhe entrar pela casa adentro. O mundo continua mesmo perigoso...
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