22.8.03

QUALIDADE DE VIDA

O País oficioso determinou que tinham morrido umas boas centenas de compatriotas à custa do calor. Mesmo assim, e na melhor tradição das estatísticas obscenas da GNR, em que se evidencia que "houve menos x mortos em relação a idêntico período do ano passado", como se isso servisse de consolo a alguém, também os serviços "competentes" da área da saúde vieram com umas ridículas e fúnebres continhas acerca da mortandade canicular. Aparentemente ainda ninguém se tinha lembrado disto. Foram precisas as notícias de França para se perceber que, por cá, também havia vítimas. Claro que ninguém sabe ao certo nada. O mesmo se passa com os hectares efectivamente ardidos. Há números para todos os gostos. Nestas alturas é que se compreende melhor o País insane em que vivemos. Nada nem ninguém pode ser levado a sério. Eu já nem a mim me levo a sério há muito tempo. É tudo uma questão de qualidade de vida.

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