8.8.03

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA II

1. No meio da catástrofe, aparece, via tv´s, o presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. O senhor garantiu que os fogos que estão ainda por aí, são já os "normais para a época". E acrescentou que fez uma visita a vários locais sinistrados, falou com muitas velhinhas e pediu à comunicação social que não mostrasse imagens dos incêndios no seu esplendor de morte - as palavras são minhas -, mas antes desse imagens de um bombeiro ou outro, de uma mangueira, enfim, uma versão "música do coração" do combate aos fogos. Eu ouvi e espero que seja repetido várias vezes, para que se acredite. Num País a sério, ou mesmo em África, este cavalheiro já estaria na rua. Aqui, não só ainda mexe, como dá conferências de imprensa palonças. Será que a culpa é só dele?

2. Por que é do mesmo País da desatenção burocrática que deixou morrer Ruy Belo, em 1978, e por vir a propósito, são dele estas frases, bem recordado que está no destaque do Público: "No meu país sem olhos e sem boca / O que é preciso é que não doa muito".

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