7.8.03

NOTAS CULTURAIS

1. Por ser um tema recorrente da história pátria e do nosso lamechismo romântico, os amores de Pedro e de Inês, volta não volta, regressam. Porventura mais interessante do que a "relação em si "- para utilizar um termo vulgarizado - será a personalidade de cada um dos membros do desditoso casal. O meu amigo António Valdemar dá umas achegas sobre o Pedro bissexual num artigo no Diário de Notícias, a propósito de umas edições do Quixote, e por falar, depois, na crise da independência:

António José Saraiva e José Hermano Saraiva, em edições e editoras diferentes, reintegraram Fernão Lopes numa escrita para o cidadão comum. Assim, vivemos, como se fosse hoje, ao ler uma reportagem, a crise da independência.E ficamos a saber dos amores homossexuais e heterossexuais de D Pedro. O mesmo que casou com D. Constança e se apaixonou por D. Inês de Castro e por um escudeiro que, num acesso de ciúmes, apenas, D. Pedro mandou castrar.

2. A Livraria Francesa, uma das boas coisas que havia em Lisboa, vai fechar, aparentemente por causa de umas burocratices. Devem ser umas idiotices, como de costume, e como aquilo nada tem a ver, nem com futebol, nem com o "socialissimo" analfabeto, por exemplo, é natural que feche. Tratava-se de uma companhia indispensável, entre outras, para quem gosta de livros, sobretudo em áreas específicas, como o ensaio literário, a filosofia ou a história. Apesar da gerente, a Béatrice, não ser propriamente um modelo de simpatia, é uma profissional competente e algém que ama a profissão agora tão desgastada de livreiro. Só posso lamentar.

3. Há umas pessoas interessadas em recuperar, nem que seja simbolicamente, o antigo Odeon, de Lisboa. Lembro-me que foi o primeiro cinema em que não me deixaram entrar para ver o inocente Fado, com Amália Rodrigues, por ser para maiores de 12 anos! Soube disto aqui.

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