MEMÓRIA FUTURA
Já aqui tinha escrito que o processo da Casa Pia corria o risco de, no essencial, não ir a lado nenhum. Parece que há sempre alguém disposto a plantar árvores para não deixar ver a floresta. O Sr. Juiz de Instrução Criminal tomou uma decisão, por cima de outra contrária sua, relativamente à audição das testemunhas, evitando o "cara-a-cara" e recorrendo ao sistema da videoconferência. Coincidindo com o regresso do Big Brother, de que oportunamente falaremos, também o dito processo terá, pois, a partir desta semana, foros incontornáveis de espectáculo mediático. Se as garantias dos arguidos já andavam apoucadas, com esta decisão e com este espectáculo, em que aqueles e a sua defesa chegam à diligência sem saberem praticamente nada do que consta dos autos, tudo indica que este inquérito e este processo virão a servir de fácil case study em universidades africanas, onde, amiúde se deslocam ilustres professores de direito nacionais para falar da nossa extraordinária "praxis" jurídica. Sempre fica para memória futura.
Sem comentários:
Enviar um comentário