Mostrar mensagens com a etiqueta Philip Roth. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Philip Roth. Mostrar todas as mensagens

18.5.11

ROTH


A América não é apenas aquilo que a foto denota ou um carcereiro embotado a sugerir que é preciso vigiar um homem 24 horas por dia não vá ele suicidar-se! Medem os outros pela sua bruteza intelectual, coitados. A América é Whitman, Emerson, Pound, Vidal, Mailer, Roth e afins. E não há noites urbanas como as de Nova Iorque, nas palavras de Pound. O lixo correcto, perfeitamente representado pelo Obama do birth certificate e por aquilo ali em cima, não me interessa nada. É apenas isso. Lixo. Philip Roth recebeu o Man Booker 2011 pela sua obra completa. Getting people right is not what living is all about anyway. It's getting them wrong that is living, getting them wrong and wrong and wrong and then, on careful reconsideration, getting them wrong again. That's how we know we're alive: we're wrong. Maybe the best thing would be to forget being right or wrong about people and just go along for the ride. But if you can do that - well, lucky you. A prosa de Roth recebe-se como uma epifania da morte. Attachment is ruinous and your enemy. Joseph Conrad: He who forms a tie is lost. That you should sit there looking like you do is absurd. You tasted it. Isn't that enough? Of what do you ever get more than a taste? That's all we are given in life, that's all we're given of live. A taste. There is no more. É aproximadamente um límpido evangelho pagão do qual foi eliminada toda e qualquer esperança em Deus ou no homem. Afinal, não é a mesma coisa?

Foto: Do Médio Oriente e Afins no qual recomendo, aos não imbecis simples ou complexos, a leitura do editorial de

19.10.10

ROTH, 2010

14.7.10

TENTATIVA E ERRO


«Getting people right is not what living is all about anyway. It's getting them wrong that is living, getting them wrong and wrong and wrong and then, on careful reconsideration, getting them wrong again. That's how we know we're alive: we're wrong. Maybe the best thing would be to forget being right or wrong about people and just go along for the ride. But if you can do that - well, lucky you.»

Philip Roth, American Pastoral (via Rui Passos Rocha, A Douta Ignorância)

25.11.09

TIPICAMENTE


É ficção, "a novel" em inglês. Mas não é preciso seguir Oscar Wilde para supor que vida pode imitar aquilo. «She wanted only to be free of him and to satisfy the common enough human wish to move on and try something else.» Ele não pode nem é suposto perceber isto que é , aliás, da vida. E gritou-lhe: «You cannot nullify everything.» Pode. Pode-se. Tipicamente.

17.10.09

ROTH


Duma entrevista ao suplemento "cultural" do Expresso (fosse eu o escritor e tinha atirado o entrevistador do 21º andar). Pergunta: «O que mudou na sua filosofia (sic) de escrita desde o primeiro livro até "The Humbling"?» Resposta: «Não há nenhuma filosofia envolvida. A principal alteração é o aprofundamento da experiência de vida. Quando se começa a escrever na casa dos 20 anos, só temos essas experiências, que mesmo assim podem ser vividas e moldadas para ficção. Mas agora já ando aqui há muito tempo. Já vi muita coisa. Acho que a diferença mais importante é essa.» Pergunta: «Conhece algum escritor português?» Resposta: «Não.» Pergunta: «Quando sabe que o livro está terminado?» Resposta: « Simplesmente sei.» Pergunta: «Como vê o futuro da literatura? » Resposta: «Acho que os leitores vão acabar. O público do romance diminui a toda a hora, em grande parte devido à tecnologia, que afasta as pessoas. O ecrã sempre distraiu as pessoas da palavra escrita, é um aparelho que exerce enorme poder. Primeiro foi o ecrã do cinema, depois a televisão e agora o computador...»

16.10.09

UM ESCRITOR


Numa entrevista a um semanário português, Philip Roth diz que o Nobel não é para grandes escritores. Os nossos literatos, os do costume, não irão dizer que o homem é ressabiado?

26.7.08

A NOITE DO MUNDO


A RTP1 passa à noite o filme de Robert Benton, A culpa humana, baseado no livro A Mancha Humana (The Human Stain) de Philip Roth (tradução na Dom Quixote). O filme é perfeitamente esquecível, apesar das interpretações de Anthony Hopkins e Nicole Kidman. Roth, no essencial, conta a história de alguém que foi expulso da sua vida. Coleman Silk é um homem perseguido pela cor oculta no seu "rosto branco como a neve" na América racista e "profunda" dos anos 40, 50 e 60, agora pelos vistos em acelerado processo de "compensação" através da "obamomania". É uma palavra ("spook") proferida numa aula por Coleman, já no fim dos anos Clinton - referida a dois estudantes que ele ignorava serem negros - que leva à saída forçada da universidade da qual fora reitor, em nome do "correcto". Com a morte súbita da mulher, Coleman descobre Faunia, a mulher da limpeza da universidade, mais nova, sozinha depois de um marido errado e do desaparecimento dos filhos pequenos. Faunia nunca quer acordar ao lado de Coleman e diz-lhe a toda a hora que ali não há lugar para o "amor". Só no último dia das suas vidas aceita a ideia de "partilhar" o afecto de Coleman. A história é contada pelo vizinho de Coleman, o escritor Zuckerman, um dos alter ego de Philip Roth. A escrita de Roth, adaptada aos diálogos do filme, fala de vergonha - de uma imensa e escondida vergonha "identitária"-, da rejeição, da perda e da solidão final. Como na famosa frase de Hegel, «há uma noite que se descobre quando olhamos um homem nos olhos - mergulha-se então o olhar numa noite que se torna terrível: a noite do mundo que avança ao encontro de cada um de nós.»

12.1.08

CAMINHAR PARA O FIM



«MUSIC: Strauss's Four Last Songs. For the profundity that is achieved not by complexity but by clarity and simplicity. For the purity of the sentiment about death and parting and loss. For the long melodic line spinning out and the female voice soaring and soaring. For the repose and composure and gracefulness and the intense beauty of the soaring. For the ways one is drawn into the tremendous arc of heartbreak. The composer drops all masks and, at the age of eighty-two, stands before you naked. And you dissolve.»

Philip Roth, Exit Ghost, 2007 (Video: Leontyne Price, Im Abendrot, Vier Letzte Lieder, de Richard Strauss)

6.6.07

TODO O MUNDO


A Feira do Livro de Lisboa vale hoje uma deslocação para adquirir a tradução de Everyman, de Philip Roth, na Dom Quixote, com o título "Todo-o-Mundo" e "livro do dia". Capa igual a esta.

19.4.07

A MANCHA HUMANA


Ao recorrer a essa citação do Roth, o meu amigo Eduardo comete um duplo assassinato epistemológico. Por um lado, reduz a eminente função socio-económica do pénis a uma questão de mercearia pseudo-académica em que se meteu o senhor primeiro-ministro precisamente por se ter metido com quem não devia. Depois, recorre ao texto de um grande escritor contemporâneo para ilustrar o que não é ilustrável nem comparável. Só numa coisa tem razão. É que o problema é mesmo esse, de mancha (nódoa) humana. Ou ainda precisa que lho expliquem?

27.3.07

TODOS OS HOMENS

Fernanda, prefiro partilhar o que nos une. Quando li o livro do Roth, escrevi: "Depois de uma vida cheia, o protagonista de Roth em Everyman, morre sozinho, sem dar por isso. Em Portugal, morremos todos os dias um bocadinho. Sozinhos. Sem darmos por isso e com alguns, os mais imbecis, contentinhos." Como V., felizmente, é uma descontente militante, ofereço-lhe este pedaço. E porque sei que não me respondeu a pensar num pôr-do-sol no Cairo visto a partir das Amoreiras ou no "jornalismo de sarjeta" do dr. Silva. Todavia neste último convinha-lhe pensar.
"Nothing could extinguish the vitality of that boy whose slender little torpedo of an unscathed body once rode the big Atlantic waves from a hundred yards out in the wild ocean all the way in to shore. Oh, the abandon of it, and the smell of the salt water and the scorching sun! Daylight, he thought, penetrating everywhere, day after summer day of that daylight blazing off a living sea, an optical treasure so vast and valuable that he could have been peering through the jeweler's loupe engraved with his father's initials at the perfect, priceless planet itself - at his home, the billion -, the trillion-, the quadrillion-carat planet Earth! He went under feeling far from felled, anything but doomed, eager yet again to be fulfilled, but nonetheless, he never woke up.(...) He was no more, freed from being, entering into nowhere without even knowing it."