10.9.10

DA VIDA ENTRE BRUTOS


Ao ler alguns comentários neste blogue, voltou a ocorrer-me Rodrigo da Fonseca: nascer, viver e morrer entre brutos é triste. Afinal Sócrates revela-se um político genial que está perfeitamente à altura dos que pastoreia - e que ficará a pastorear até 2013 - porque os trata exactamente como eles merecem. Tem-se visto nos descerramentos de lápides sobre lápides nas escolas. Surpreende-se nas sondagens. Nota-se na abertura oficial da caça a Cavaco - mesmo com uma lerdinha como a Estrela - passado o cabo Bojador (inventado por Passos Coelho) do "9 de Setembro". Até começo a simpatizar com o ar de desdém e de desprezo com que contempla as suas complacentes ovelhinhas sempre dispostas a espatifar o outro para tentar sublimar a sua infinita estupidez. Às vezes pergunto-me o que é que estou aqui a fazer.

Adenda: Vem, a propósito, este artigo do Prof. Nogueira Leite. «A mediocridade perene é, assim, a endogeneização de três décadas de despautério e concubinagem entre os que, desprezando a verdade e a vontade de fazer diferente, medraram em importância perante a indiferença geral. As poucas excepções que despontaram neste pântano desistiram ou foram abatidas. Só neste ambiente pré-comatoso se pode entender que pessoas inteligentes e, em tese, pelo menos, conhecedoras, possam vir agora, quais autistas, ignorar o facto que deveria dominar toda a bizantina discussão orçamental: se tudo continuar como até aqui, a economia portuguesa deixará de se conseguir financiar uma vez terminados os mecanismos excepcionais em vigor. Esteja, ou não, Cavaco Silva em Belém.»

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