15.10.06

ESCLARECIMENTO

Fernanda, nunca afirmei que Salazar era "péssimo" e "parolo". Disse e repito que "a diferença entre Salazar e as hodiernas "elites" é que, sendo todos manhosos, a manha de Salazar não lhe "puxava" para a trafulhice e para a cupidez insaciável, própria de desbragados e de deslumbrados sem eira nem beira. Prendia, censurava, batia, exilava, todavia conseguia ser menos provinciano - apesar das origens humildes e das galinhas nos jardins de São Bento - do que estas "elites" paridas à pressa a partir do nada." Entendidos?

Adenda: E já agora, Fernanda, permita-me que lhe recomende a leitura deste post do seu colega Pedro Correia. Ou de como o pior do dr. Salazar anda para aí colado ao mais eminente democrata. De facto, a mim, que sou um leitor atento de Miguel Sousa Tavares, bastou-me as primeiras linhas para parar. Até os mais lúcidos e independentes não resistem à vulgata do respeitinho "democrático" imposto pelo actual governo à sombra da famosa "coragem" cujo resultado final ainda está por apurar.

7 comentários:

Anónimo disse...

Alberto João um homem ímpar. Irrascível. Desbragado. Quero Posso e Mando. Um copito a mais aqui e alí. Palhaço às vezes. Perigoso outras. Teimoso. Determinado. Obras e mais obras. A Madeira acima de tudo e todos. Os outros que se lixem. Um talento para dominar e domar todos os que o rodeiam. Um malcriado muitas vezes. Genuíno.
Um líder? Um ditador? Porque permanece? Acendiou um fogueira há muito: convenceu os madeirenes de que “Lisboa” era o inimigo. Não há nada melhor do que um inimigo comum para unir as hostes. Um inimigo, aliado a uma mistura de empatia, afectividade e demagogia, fizeram o resto.
Lisboa - “o inimigo” – olha-o à distância por cima do ombro, sobranceira, abana a cabeça, sorri do pitoresco, indigna-se moderadamente aquando do debate orçamental ... depois esquece-o e vai à sua vida. Brandos são os costumes.
Sócrates é um homem sério, não sorri do pitoresco, indigna-se convictamente, a brandura parece não fazer parte do seu código genético... temos o caldo entornado! O resultado está de facto por apurar...

Quanto a Salazar ... paz à sua alma!

f. disse...

joão, de facto não disse que salazar era péssimo e parolo -- disse que prendia, censurava, batia, exilava (e isso é péssimo, ou não?) e tinha galinhas em são bento e era provinciano (quer-me parecer que talvez isto seja o equivalente de parolo).
parece pois, quanto a isso e quanto ao resto, que estamos entendidos. mas sempre se convive.

quanto ao outro assunto, caro joão, deixe-me que lhe diga que é curioso que se passe a vida a lamentar a falta de coragem de sucessivos governos e direcções partidárias face aos desmandos vários de alberto joão e que quando alguém pareça tê-la se suspeite de acessos totalitários. mas compreendo que, aplicando o joão zelosamente a suspeita e o esgar metódicos (pelo menos aos políticos/'elites' do presente, já que com os do passado usa de uma quase comovedora condescendência) fazer diferente lhe comprometeria o estilo e, eventualmente, o following, so keep on.

João Gonçalves disse...

Fernanda: sobre o Salazar, três posições minhas, definitivas.
1ª É incontornável para a história portuguesa do século passado e vamos ver até que década do presente;
2ª Foi, à sua medida e à medida do país, um estadista, e, pessoalmente, um homem probo;
3º Era manhoso, como o povo que pastoreou, e um político autoritário, cujo consulado deixou marcas profundas no chamado "carácter nacional português", mesmo no democrático, do poder ao estado e à sociedade civil.
Quanto a AJJ, nunca dei por o verberar assim tanto. Pessoalmente, não aprecio o estilo, mas conheço suficientemente bem a Madeira para saber o que lá está e como a famosa "massa" foi aproveitada. No "continente" existem, eleitos, pequenos AJJ - de todos os partidos - e não vejo ninguém incomodado com isso. Não negue que se está a cavalgar o argumento financeiro para tentar não deixar fugir uma oportunidade política manifestamente incerta. Talvez o meu lado "não maria vai com as outras" me leve igualmente a não bater no ceguinho. Porém, o essencial do argumentário passa pela realidade: o que lá está e em Porto Santo. Quanto ao resto, tem razão, sempre se convive:).

Rui Castro disse...

Quanto a MST, faço minhas as suas palavras. Nunca perco uma prosa, mas quando percebi o rumo que levava o "escrito" deste fim-de-semana parei.
Quanto a Salazar, faz-me confusão que muitas pessoas, mesmo aquelas que nasceram já depois de 74 não sejam capazes de o aceitar como fazendo parte da nossa história. Ou será que acham que Marquês de Pombal, D. Pedro, D. Afonso Henriques e outros que tais foram muito bonzinhos e democratas?! Há que olhar para a frente e não viver refém do passado.

Anónimo disse...

Sr.ª Câncio e Sr. Gonçalves:

vão almoçar juntos? duvido...

Anónimo disse...

E eu atesto que o Salazar era um homem probo. Autoritário, isso era, severo, sim, mas um homem sério e cumpridor dos seus deveres. Pois se até criava galinhas… e a galinha, como se sabe, é o simbolo da probidade. E usava fato escuro e chapéu. O salazar, não a galinha, que as galinhas, em São Bento, não andavam nas palhaçadas. Os políticos, agora, é que não valem nada. Uns corruptos, coisa que antigamente não existia. A corrupção e o nepotismo foram criados quando saiu a última galinha do galinheiro de São Bento.

Outro Home Probo

Anónimo disse...

Não valem a pena as voltas ao galinheiro se não se for raposa, mas valem muito menos essas voltas se o galinheiro está vazio!!!
Para o metafórico sujeito,
o galinheiro está vazio,
mas as raposas andam tontas
a dar-lhe voltas...
E não é que as raposas
sejam tontas por natureza,
é porque enquanto dão voltas,
quem as olha,
olha raposas a dar voltas
e nas voltas que as raposas dão,
o galinheiro, estando vazio, parece que não.